Escolher qual universidade entrar pode ser uma escolha difícil para vestibulandos por questões como qualidade de ensino, estrutura de campus, oportunidades e muito mais. Se você tem interesse em estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), este texto vai ajudar a tirar as suas principais dúvidas sobre a graduação. Conversamos com alunos que passaram (ou ainda estão) na instituição para conhecer melhor as condições de ensino e descobrir, afinal, como é estudar na UFRJ. Se você é calouro e acabou de chegar à universidade, esse post também é para você! Saiba como desfrutar tudo o que a UFRJ tem a oferecer e aproveitar a sua graduação ao máximo com os conselhos de veteranos.

Por que escolher a UFRJ?

A UFRJ é uma instituição de renome com mais de cem anos de história, sendo considerada a melhor federal do país segundo o QS World University Ranking 2023, ocupando a 333ª posição no ranking. Em geral, é consenso que o nome da universidade pública dá peso ao currículo e é um atrativo para optar pela UFRJ.

Entrevistamos Paulo Monteiro, co-fundador e CEO do Responde Aí, a maior plataforma de estudos para alunos de exatas do país. Ele entrou no curso de Engenharia de Produção em 2007 e conta suas impressões iniciais sobre a faculdade: “Eu gostava muito que havia tanto um lado de exatas, com análises de número, quanto um lado mais humano. Foi aí que decidi fazer Engenharia de Produção num curso de excelência, e a UFRJ era uma das melhores do Brasil na época. Eu entrei com a expectativa de aprender com os maiores a ter uma carreira promissora de engenharia.”

Milena Freitas, que se forma em Engenharia de Bioprocessos ainda este ano e está cursando o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos da UFRJ, explica que a escolha de instituição foi natural: “Eu fiz o ensino médio no Colégio Pedro II, em Realengo, então foi esperado ir de federal para federal, do Pedro II para a UFRJ. No Sisu, eu cheguei a colocar Física como segunda opção, também na UFRJ, porque meu principal objetivo era entrar nela.”

Marcelo Luiz, responsável pela mentoria de conteúdo no Responde Aí, estudou Engenharia Química na UFRJ por seu amor à área: “Escolhi Engenharia Química porque gostava muito de química. Quando passei para a UFRJ, foi bem fácil tomar a decisão de vir para cá, porque ela é uma faculdade bem conhecida e tem nome, então ter isso no currículo faz toda a diferença.”

Bia Marci cursou Química Industrial na Escola de Química (EQ) e foi técnica de laboratório no Núcleo de Biocombustíveis, de Petróleo e de seus Derivados da UFRJ por três anos.  Ela foi parar na instituição justamente pelas oportunidades de trabalho: “Escolhi ir para a UFRJ porque o centro de pesquisa da Petrobras fica literalmente do lado do CT. Na época eu queria ser pesquisadora, então era algo que fazia muito sentido: vou entrar numa faculdade boa, me tornar uma química e trabalhar na Petrobras porque meu futuro está garantido. Essa proximidade da UFRJ com a indústria me atraiu.”

Como é o ensino na UFRJ?

Como acontece em boa parte das federais, a grade curricular da UFRJ traz uma base teórica forte para incentivar pensamento crítico e conhecimento aprofundado. As engenharias compartilham um ciclo básico com disciplinas de cálculo, física e outras, antes de iniciar a parte mais específica de acordo com áreas de conhecimento. Vale apontar que os cursos da EQ, como Engenharia de Bioprocessos, Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, apresentam um ciclo básico diferente, com mais matérias de química.

Milena comenta que escolheu Engenharia de Bioprocessos por considerar a combinação perfeita entre números e biológicas, e recebeu o que esperava na UFRJ: “Eu entrei esperando aprender muito e tive professores muito bons que superaram as minhas expectativas porque aprofundaram bastante o conteúdo.“

“O ciclo básico da Escola de Química é diferente do da Politécnica, então eu gostei muito porque teve, logo no começo, matérias de orgânica, analítica… Isso ajudou a equilibrar a carga de cálculo e física da engenharia”, opina Marcelo.

Bia elogia os professores do curso noturno de Química Industrial, “Os professores eram dedicados porque parte deles estavam no começo da carreira acadêmica, então tinham passado há pouco tempo pela dor de serem alunos. Eram pessoas empáticas e, para eles, fazia muito mais sentido ensinar aos alunos por ensinar, e não para mostrar conhecimento.”

Como é a infraestrutura do campus?

Alunos de engenharia têm acesso a laboratórios para pesquisa e experimentos na UFRJ. Além disso, o Parque Tecnológico abriga empresas, laboratórios e centros de pesquisa com o objetivo de estimular inovação, empreendedorismo e networking, enquanto integra a faculdade ao universo empresarial. Isso ajuda o estudante a também desenvolver uma base forte de conhecimento prático.

A UFRJ oferece uma série de benefícios para os alunos, como restaurante universitário com refeição a R$ 2 e a Vila Residencial na Cidade Universitária, onde ficam repúblicas e a residência estudantil. Também existem os Cursos de Línguas Abertos à Comunidade (Clac), que oferecem aulas de idiomas a preços acessíveis, com uma taxa única semestral de R$ 440.

“Um ponto muito forte da engenharia é que a UFRJ tem muitas parcerias. O parque tecnológico dentro do campus é um espaço muito bom tanto para os alunos conseguirem contatos e emprego, como também para participar dos projetos de pesquisas”, explica Marcelo. Ele também elogia a infraestrutura do lugar: “A EQ tem uma estrutura boa. Eu fiz a minha iniciação científica num laboratório bom, e mexi com equipamentos de primeira.”

Bia também aprova a infraestrutura: “É bem fascinante quando você entra no laboratório e vê como funciona a invenção e inovação. Eu acredito que é a pesquisa e desenvolvimento que fazem o nosso país se mover.”

“É possível se inscrever num curso de línguas comunitário que tem no bloco de Letras com o pagamento de uma taxa simbólica. Eu consegui fazer algumas aulas de inglês graças a isso, porque tinha sentido falta disso quando entrei na faculdade,” comenta Milena.

“Eu morei na Vila Residencial e tudo era muito prático, já que eu podia pegar o ônibus interno. Eu também aproveitava para almoçar e jantar no bandejão aos fins de semana, o horário de funcionamento do RU era bem democrático,” reconhece Marcelo.

Quais são as atividades extracurriculares na UFRJ?

A UFRJ tem várias iniciativas fora de sala de aula criadas tanto por alunos quanto por professores. Por exemplo, existe o Grupo de Novos Negócios GN², que tem o objetivo de disseminar o empreendedorismo no ambiente acadêmico e passar para os alunos conhecimentos mais práticos, alinhados com o mercado. Já o projeto EQ Hands-On da Escola de Química, busca mostrar equipamentos na prática para os estudantes, complementando o conteúdo teórico da sala de aula. A UFRJ também tem programas de mobilidade para intercâmbio, além de grupos de estudos, coletivos e atléticas.

Marcelo ressalta a importância das atividades para a sua formação, “Atividades de fora, como grupo e empresa júnior, são as melhores formas que você tem na universidade para entrar em contato com o lado prático, que é super importante. Consegui ver coisas que me agregaram muito na formação, que eu não veria se ficasse só no básico das matérias. Foi legal conhecer muita gente, ter outros contatos, ganhar maturidade, autonomia, viver umas experiências um pouco mais práticas, que rendiam para o mercado de trabalho.”

Paulo conta como chegou ao empreendedorismo na faculdade graças ao GN², “No começo eu só gostava de negócios e não pensava em ser executivo, só que o projeto da professora Maria Alice, o GN², me apresentou coisas como abrir empresa, fazer plano de negócios, plano financeiro, então foi incrível”.

“Do ponto de vista profissional foi muito bom participar do time de logística da EQ Hands-On, porque foi meu primeiro contato com uma organização, então eu pude entender como uma empresa funciona de fato,” compartilha Milena.

“Eu queria muito fazer intercâmbio e corri atrás para conseguir essa oportunidade. Terminei passando um tempo na Austrália,” comenta Bia.

Paulo também fez intercâmbio quando estava na UFRJ, “Eu fiz intercâmbio e morei dois anos na França, e quatro meses na China. Foi incrível ter todas essas oportunidades de carreira. Isso realmente só tive por causa da UFRJ. Lá tem ainda mais oportunidades hoje em dia, e vejo muitas sendo divulgadas aos alunos,” observa Paulo.

Como é fazer IC na UFRJ?

A Iniciação Científica (IC) proporciona ao aluno a experiência de fazer uma pesquisa acadêmica sob orientação de um professor. É possível conseguir bolsas com a prática, que costuma durar 12 meses e pode ser renovada pelo orientador. Alunos recomendam que, na hora de fazer a IC, escolha participar de uma pesquisa ou por afinidade com o tema ou por ter uma boa relação com o professor.

Milena indica que a IC auxiliou a despertar seu interesse pelo meio ambiente, “A pesquisa me deu uma experiência acadêmica, mas também me despertou interesse pela área ambiental, o que me ajudou a decidir fazer a especialização. Meu TCC também terminou seguindo essa temática. Gosto da ideia de contribuir com o ambiente de alguma forma para que o convívio humano com a natureza seja melhor.”

“A experiência de IC é boa para conhecer a parte da rotina acadêmica. A UFRJ tem uma cultura muito forte, com programas de pós-graduação bem grandes e bem avaliados, então durante a faculdade conseguimos bastante conhecimento prático voltado para a academia,” reconhece Marcelo.

Como aproveitar a UFRJ como aluno?

Como aproveitar todas essas oportunidades que a UFRJ oferece durante a sua graduação? Nossos entrevistados dão algumas dicas.

Paulo recomenda fazer atividades extracurriculares: “É importante não ter medo de arriscar e se envolver em iniciativas da UFRJ, seguindo o seu coração, o que você acredita, o que você quer fazer. Não entre na faculdade só pensando no seu CR, porque então pode perder várias oportunidades maneiras, de arriscar, de aprender com as pessoas.”

Marcelo reconhece o crescimento pessoal que ganhou na UFRJ: “Um ponto bom da UFRJ é que, como ela é muito grande, tem muitos grupos e atividades, então você consegue encontrar alguma coisa que se encaixa com o que você quer fazer naquele momento. A experiência na UFRJ me ajudou a me conhecer melhor e tomar minha decisão de carreira, e me deu conhecimento enquanto pessoa, diversidade, sociedade. É muito importante correr atrás, viver e se permitir ter essa experiência completa na UFRJ.”

Bia enfatiza a importância de aproveitar as atividades extracurriculares: “Os professores estão ali para ensinar e você vai aprender muito com eles, mas para ser um bom profissional você deve correr atrás de tudo o que a faculdade oferece. A UFRJ tem várias iniciativas, IC, projetos de extensão…”

As inscrições da segunda edição do Sisu 2022 abrem no próximo dia 28, e fecham 1º de julho. Se você ainda está em dúvida em qual faculdade escolher, acesse o site da UFRJ para conferir tudo o que a faculdade tem a oferecer!