Primeiramente, pense aqui rapidinho: você sabe o que é o crédito educacional? Conhece a diferença entre crédito e financiamento? Se a sua resposta for negativa para alguma das duas, ou se acha que sabe um pouco mas não tem muita certeza, não se preocupe. Logo abaixo já responderemos as suas dúvidas!
Para começar, vamos focar no cenário educacional no Brasil. Segundo o Censo da Educação Superior de 2020 realizado pelo MEC, das mais de 2.4 mil Instituições de Ensino Superior (IES) no país, 87.6% são privadas. Também, são nas instituições privadas que estão matriculados 77.5% dos estudantes de ensino superior no Brasil.
Ou seja, mesmo que a renda média do brasileiro seja a menor em dez anos, como aponta o IBGE, o ensino superior privado ainda é a saída para a maioria da nossa população. Sabendo disso, vamos falar nas alternativas mais comuns para aqueles que não podem pagar uma mensalidade completa: as bolsas de estudo parciais e integrais, o financiamento estudantil e o crédito educacional.
Bolsas de estudo
As bolsas de estudo são um benefício concedido pela própria instituição de ensino, ou pelo governo federal por meio do programa PROUNI. Essas bolsas são descontos nas mensalidades concedidas para incentivar o estudante a concluir seu curso. Alguns são integrais, garantindo 100% de desconto, em outras palavras, uma mensalidade zerada.
Enquanto outros proporcionam diferentes porcentagens de abono, sendo dever do aluno completar o valor restante a cada mês. Para ter acesso a alguma bolsa, é necessário realizar alguma prova de ingresso, seja o ENEM, no caso do PROUNI, e vestibular, como para algumas instituições privadas. Além disso, pode ser preciso se encaixar em requisitos socioeconômicos, como uma renda limite por pessoa da família, ou a formação no ensino em escola pública.
Adicionalmente, bolsas concedidas pelas próprias IES muitas vezes vêm com condições. Como, por exemplo, ser um dos dez primeiros colocados no seu vestibular geral, ou então precisam ser renovadas a cada semestre por meio de notas acima de 80% em todas as disciplinas cursadas.
Se esse for o seu interesse, recomendamos uma pesquisa mais profunda nas exigências do seu local de ensino desejado.
Financiamento X Crédito Educacional
Se você não pode ou não deseja pagar o valor total das suas mensalidades enquanto estuda, talvez já tenha se deparado com as seguintes palavras: financiamento e crédito educacional. Apesar de tantas pessoas usarem os dois termos como se tivessem o mesmo significado, a verdade é que eles não representam a mesma coisa.
A diferença entre eles é que, diferentemente do financiamento, o crédito não empresta dinheiro.
Então, isso quer dizer que o estudante que opta por adquirir um crédito educacional não recebe um dinheiro emprestado. Assim, ele também não paga a sua instituição com dinheiro emprestado.
O que acontece no processo do crédito é que o estudante paga um percentual da mensalidade que cabe no bolso, e a instituição deixa de receber a outra parte. No fim do curso, o estudante, agora um profissional com sua formação escolhida, passa a pagar o restante das mensalidades acumuladas. Tais pagamentos são feitos para a entidade de crédito que age como mediadora entre o estudante e as instituições de ensino.
O prazo para pagamento, taxas e juros dependem da modalidade escolhida. Cabe, então, decidir se o melhor para você é um financiamento governamental, crédito privado ou sem fins lucrativos. Veja as diferenças entre cada um.
FIES – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
O FIES é o financiamento provido pelo governo federal aos estudantes do ensino superior que se enquadrem em determinados requisitos. Esses requisitos também determinam a modalidade do FIES em qual o estudante vai se enquadrar. Confira:
- É obrigatória a realização do ENEM, e a obtenção de uma nota mínima de 450 pontos, sem zerar a redação.
- Estudantes com renda familiar comprovada de até três salários mínimos por pessoa se encaixam na Modalidade 1, com juros zero.
- Residentes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com uma renda mensal familiar de até cinco salários mínimos por pessoa entram na Modalidade 2.
- Moradores de qualquer região do Brasil com uma renda mensal de até 5 salários mínimos por membro da família formam a Modalidade 3.
A diferença entre as modalidades 2 e 3 vem da origem do recurso financeiro para atender aos beneficiários. Além disso, o cálculo para determinar a porcentagem de valor da mensalidade financiado e aquele que será preciso pagar durante o curso, bem como a taxa, é feito com base na renda do futuro aluno.
Crédito Privado
A busca pelo crédito educacional vem aumentando, o que leva à expansão de empresas privadas que o ofertam. Assim, essas empresas agem como bancos prestando um serviço financeiro para quem não possui os meios totais agora. Dessa forma, num futuro próximo, elas irão adquirir o pagamento pelo o seu serviço.
Porém, a competição pelo mercado leva a diferentes taxas oferecidas, juros, condições de pagamento, prazos para restituição do valor total. Diferentemente do FIES, este crédito não requer, obrigatoriamente, a realização do ENEM ou a requisição no momento de matrícula ao invés de durante o curso.
O que irá determinar esses fatores é a empresa escolhida para lidar com o seu crédito. Por isso, uma pesquisa profunda nunca é demais.
Crédito sem fins lucrativos
Igualmente ao crédito privado, o crédito educacional sem fins lucrativos oferece as vantagens de solicitação ao longo do curso e não obrigatoriedade do ENEM. Contudo, existem diferenças fundamentais entre eles.
Instituições, fundações e organizações sem fins lucrativos não operam com o objetivo de angariar lucro. Parece óbvio, não é mesmo? Claro, por isso vamos falar do que isso quer dizer na prática: que o objetivo dessas instituições é cumprir um papel social, operando com um caixa suficiente para a sua manutenção. E não buscando rendimentos para acionistas e investidores privados.
Dessa forma, o estudante tem acesso a benefícios como a ausência do juros remuneratórios. Aquele mesmo valor extra cobrado por empresas para prestar o serviço de ceder, financiar ou emprestar dinheiro a alguém.
Enfim, existem diversas razões para a universidade pública não ser a ideal para você agora. Seja porque precisa trabalhar e não pode se dedicar a um curso em turno integral, porque vive muito longe da mais próxima e uma mudança seria inviável, ou até mesmo porque deseja um curso específico que não encontra. Não importa. Você não deve sacrificar o seu sonho de uma educação superior por causa disso!
Conteúdo produzido pelo site Fundacred
