Aprender é um processo contínuo que dura toda a nossa vida. E não acontece apenas quando a gente se propõe a estudar, ocorre em situações cotidianas, como durante a realização de atividades aeróbicas, por exemplo. Em alguns momentos da vida, é preciso se dedicar muito para passar em uma prova, seja concurso público ou vestibular, neste momento parece que a única prioridade é estudar, para que o conteúdo seja assimilado. Para o cérebro, as coisas não funcionam assim, é preciso criar um ambiente propício para o aprendizado.
Equilíbrio é saúde
Já é de conhecimento geral que para ter uma vida saudável é preciso investir em uma alimentação de qualidade, boas noites de sono e atividade física. Mas quando chega na véspera de uma prova importante, a prioridade para alguns estudantes se torna debruçar-se sobre os livros, como se não houvesse amanhã.
Para muitos, a rotina vai ficando cada vez mais cansativa, sem tempo de respiro, muito menos para a formação de novos neurônios. Quando isso acontece, a alimentação fica defasada, o sono cada vez mais escasso e o exercício físico é jogado para escanteio. O estudante se sente lento para aprender e cansado, mas não sabe que a origem desta indisposição pode ser a falta de atividade física.
A tal da neuroplasticidade
Por certo tempo, achava-se que o cérebro ia diminuindo o desempenho ao longo da vida e que esse era um processo irreversível, mas o estudo da neuroplasticidade revelou que nosso cérebro passa a vida inteira se regenerando, assim como todas nossas células.
A plasticidade neural é a capacidade que o cérebro tem de se reestruturar quando percebe a necessidade de adaptação. É aquela história de que o cérebro quanto mais vai sendo usado, vai ficando cada vez melhor. Mas não é apenas o pensamento que mobiliza as conexões neurais, o repouso e o exercício também têm papel muito importante neste processo.
Além de melhorar a neuroplasticidade, o exercício físico também modula sistemas como a angiogênese, responsável pela formação de novos vasos sanguíneos, além da ativação das células da glia, que auxilia na nutrição e suporte dos neurônios, responsáveis pelo apoio à
neuroplasticidade.
Muita gente acha que o sono é o único responsável pela reposição e recomposição das células, mas não é bem assim. A atividade física é também fundamental para recomposição das células do cérebro, pois está relacionada com dois fenômenos importantes para o aprendizado e cognição: a neurogênese e a neuroplasticidade, responsáveis, respectivamente, pela formação de novos neurônios e a capacidade do sistema nervoso de se adaptar e criar novas conexões.
Ginástica para o cérebro
Parece mágica, mas é só a perfeita biologia do nosso corpo. Pesquisas já revelaram que a prática de atividades físicas contribui com o aumento da circulação de sangue no cérebro, acelerando a comunicação entre os neurônios, que conseguem fazer mais conexões, além
de proporcionar o crescimento de novas células nervosas e a recuperação das que tiveram a estrutura danificada. Os novos neurônios gerados durante a atividade física, principalmente atividade aeróbica, são aqueles situados no hipocampo, área do cérebro responsável pela aprendizagem e memória. Ou seja, mexer o corpo ajuda a melhorar nossa capacidade de compreensão e assimilação.
Devagar e sempre
Enquanto o estudante se prepara para uma prova, tudo que não é estudo, parece ser perda de tempo, por isso a atividade física pode ser moderada, três vezes por semana. Dentre as práticas, os exercícios aeróbicos, como corrida, caminhada, natação e ciclismo são os mais
eficientes para o aumento do fluxo sanguíneo.
Não precisa ser atleta, é fundamental respeitar os limites do corpo, enquanto permite que ele respire e se regenere. O que? Fazer exercício não desgasta o corpo? Já vimos que não. Pelo contrário, faz uma faxina nas células e desenferruja os neurônios.
Quem quiser aumentar o ritmo, o céu é o limite. Afinal, a atividade física é benéfica em vários aspectos, inclusive na qualidade do sono. Nem precisa dizer que antes de iniciar as atividades é importante passar por uma avaliação médica. Além disso, os exercícios devem ser acompanhados por um educador físico. Para dar energia ao corpo e evitar a fadiga, é válido também investir em um suplemento de pré-treino, que fornece as proporções adequadas de carboidratos e proteínas para o corpo.
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