1. A hemofilia constitui um distúrbio genético raro que afeta a coagulação sanguínea, sendo controlado por um gene H , recessivo ligado ao sexo (ligada ao cromossomo ), e que consequentemente pode afetar homens ou mulheres. Em certa família, verificou-se que o primo de primeiro grau de Cláudia, Ricardo nasceu hemofílico. A mãe de Ricardo, tia de Cláudia por parte de mãe, é normal e casou-se também com um homem normal. A avó de Cláudia, por parte de mãe também é normal, mas há relatos na família que o seu bisavô por parte de mãe era hemofílico. É sabido ainda que o pai de Cláudia é um primo afastado de sua mãe.
    a) Construa o heredograma desta família.
    b) Calcule a probabilidade de Cláudia ser portadora do alelo recessivo, causador da hemofilia (probabilidade de ela ser heterozigota).
    c) Digamos que Cláudia venha a se casar com o seu primo Ricardo. Calcule a probabilidade de eles terem uma criança com hemofilia.
    d) Digamos que ao invés de se casar com o seu primo, Cláudia venha a se casar e com um homem não aparentado. Calcule a probabilidade de ela ter uma criança hemofílica.
    e) Digamos que deste casamento, com um homem não aparentado, tenha nascido um menino hemofílico. Qual a probabilidade de a próxima criança de Cláudia ser hemofílica?

Passo 1

Beleza, vamos entender o que a questão está pedindo. Estamos falando de hemofilia, que é um distúrbio genético raro que afeta a coagulação do sangue. Isso acontece por causa de um gene recessivo chamado H, que está ligado ao cromossomo X. Isso significa que tanto homens quanto mulheres podem ser afetados, mas de formas diferentes. Para resolver os diferentes itens dessa questão, vamos precisar saber um pouco sobre genética, herança ligada ao X e como montar um heredograma (árvore genealógica) para visualizar quem é afetado e quem pode ser portador.

Passo 2

Vamos começar com o item a): Construir o heredograma dessa família. Um heredograma ajuda a visualizar como uma característica genética, como a hemofilia, é passada de geração para geração.
Primeiro, identificamos os membros da família mencionados:
  • Bisavô por parte de mãe: hemofílico.
  • Avó por parte de mãe: normal.
  • Mãe de Cláudia: normal.
  • Pai de Cláudia: primo afastado da mãe, normal.
  • Tia de Cláudia (mãe de Ricardo): normal.
  • Ricardo: hemofílico.
  • Cláudia: queremos saber seu status genético.
No heredograma:
  • Usamos círculos para mulheres e quadrados para homens.
  • Sombras sólidas indicam hemofilia.
  • Linhas contínuas representam casamentos.
  • Linhas pontilhadas indicam portadores.
Heredograma Simplificado:
  1. Bisavô (homem): sombreado (hemofílico)
  2. Bisavó (mulher): normal
    • Filiação: filho (avô materno)
  3. Avó materna (mulher): normal
    • Casada com um homem normal
    • Filiação: mãe de Cláudia e tia de Cláudia (normal)
  4. Mãe de Cláudia (mulher): normal
    • Casada com o pai de Cláudia (homem normal)
  5. Pai de Cláudia (homem normal): primo afastado da mãe
  6. Cláudia (mulher): queremos saber se é portadora
  7. Tia de Cláudia (mulher normal): casada com homem normal
  8. Ricardo (homem): sombreado (hemofílico)

Passo 3

Agora, vamos para o item b): Calcular a probabilidade de Cláudia ser portadora do alelo recessivo que causa a hemofilia, ou seja, a probabilidade dela ser heterozigota.
Como a hemofilia é ligada ao X, os homens têm apenas um cromossomo X. Se um homem tem o alelo H no X, ele será hemofílico. As mulheres têm dois cromossomos X, então precisam ter dois alelos H para serem hemofílicas ou apenas um para serem portadoras.
Sabemos que o bisavô era hemofílico (X^H Y) e a bisavó era normal (X^h X^h). Seus filhos homens (avô materno) herdaram o cromossomo Y do pai e um X da mãe (X^h Y) – normais. Filhos mulheres herdaram um X do pai (X^H) e um X da mãe (X^h), tornando-as portadoras (X^H X^h).
A mãe de Cláudia é normal, mas como a avó materna foi portadora, a mãe de Cláudia tem 50% de chance de receber o alelo H. Portanto, a probabilidade de Cláudia ser portadora é de 50%.
Matematicamente:
á

Passo 4

Vamos para o item c): Se Cláudia se casar com seu primo Ricardo (que é hemofílico), qual a probabilidade de eles terem uma criança com hemofilia?
Primeiro, sabemos que Ricardo é hemofílico, então seu genótipo é X^H Y.
Se Cláudia for portadora (X^H X^h), ao cruzar com Ricardo (X^H Y), as combinações possíveis são:
  • Filha: X^H (de Cláudia) + X^H (de Ricardo) = X^H X^H (hemofílica)
  • Filha: X^h (de Cláudia) + X^H (de Ricardo) = X^H X^h (portadora)
  • Filho: X^H (de Cláudia) + Y (de Ricardo) = X^H Y (hemofílico)
  • Filho: X^h (de Cláudia) + Y (de Ricardo) = X^h Y (normal)
Portanto, a probabilidade de terem uma criança hemofílica é de 50% para meninas e 50% para meninos, totalizando 50%.

Passo 5

Agora, no item d): Se Cláudia se casar com um homem não aparentado (geneticamente normal), qual a probabilidade de ela ter uma criança hemofílica?
Se o homem é normal, seu genótipo é X^h Y.
Se Cláudia for portadora (X^H X^h), ao cruzar com um homem normal (X^h Y), as combinações possíveis são:
  • Filha: X^H (de Cláudia) + X^h (do pai) = X^H X^h (portadora)
  • Filha: X^h (de Cláudia) + X^h (do pai) = X^h X^h (normal)
  • Filho: X^H (de Cláudia) + Y (do pai) = X^H Y (hemofílico)
  • Filho: X^h (de Cláudia) + Y (do pai) = X^h Y (normal)
Assim, a probabilidade de uma criança ser hemofílica é de 50% para os meninos e 0% para as meninas, totalizando 25%.
Matematicamente:
í
í

Passo 6

Finalmente, no item e): Se desse casamento com um homem não aparentado nasceu um menino hemofílico, qual a probabilidade de a próxima criança de Cláudia ser hemofílica?
Se já nasceu um menino hemofílico, isso confirma que Cláudia é portadora (X^H X^h), porque ela forneceu o alelo H.
Agora, com Cláudia sendo definitivamente portadora, ao se casar com um homem normal (X^h Y), as probabilidades permanecem as mesmas do item d):
  • Filha: 50% portadora, 50% normal
  • Filho: 50% hemofílico, 50% normal
Portanto, a probabilidade de a próxima criança ser hemofílica é novamente 25%.

Resposta

A probabilidade de a próxima criança de Cláudia ser hemofílica é de 25%.

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