Durante uma atividade física extrema, o tecido muscular necessita de grandes quantidades de ATP se comparado a uma situação de repouso. No músculo da perna de um coelho em fuga, esse ATP é produzido quase exclusivamente através da fermentação da glucose a lactato. O ATP necessário nessa situação é produzido através de duas reações enzimáticas catalisadas pelas fosfoglicerato quinase e a piruvato quinase. Suponha que um músculo não possua a lactato desidrogenase. Esse músculo poderá exercer uma atividade física extrema, ou seja, ele poderá gerar ATP em grande quantidade apenas utilizando a via glicolítica? Explique. Lembre-se que a reação catalisada pela lactato desidrogenase não envolve ATP.

Passo 1

Vamos resumir o que foi pedido na questão. Estamos falando sobre como os músculos produzem ATP, que é a energia necessária para atividades físicas intensas. Especificamente, a pergunta é se um músculo que não tem a enzima lactato desidrogenase pode gerar ATP em grande quantidade usando apenas a via glicolítica. Para resolver isso, vamos precisar entender como a glicólise funciona e qual é o papel da lactato desidrogenase nesse processo.

Passo 2

Primeiro, vamos falar sobre a via glicolítica. A glicólise é um processo que ocorre no citoplasma das células e quebra a glicose em duas moléculas de piruvato, produzindo uma pequena quantidade de ATP no processo. Essa via é essencial para fornecer energia rapidamente durante atividades físicas intensas quando o oxigênio pode estar em falta.

Passo 3

Durante a glicólise, uma das etapas importantes envolve a conversão de gliceraldeído-3-fosfato em 1,3-bisfosfoglicerato, que requer a redução de NAD⁺ para NADH. O NAD⁺ é uma molécula crucial que atua como transportador de elétrons na célula. Para que a glicólise continue funcionando e gerando ATP, é necessário regenerar o NAD⁺ a partir do NADH.

Passo 4

Aqui entra o papel da lactato desidrogenase. Essa enzima catalisa a conversão do piruvato em lactato, oxidando o NADH de volta para NAD⁺. Esse processo é essencial porque, sem a regeneração do NAD⁺, a glicólise não pode continuar, já que o NAD⁺ é necessário para aceitar elétrons nas reações subsequentes.

Passo 5

Se o músculo não possui lactato desidrogenase, ele não consegue converter piruvato em lactato. Sem essa conversão, o NADH não é oxidado de volta para NAD⁺, o que faz com que o NAD⁺ se esgote. Sem NAD⁺ disponível, a glicólise vai parar porque não há como continuar aceitando elétrons, o que, por consequência, reduz drasticamente a produção de ATP.

Resposta

Não, o músculo não conseguiria gerar ATP em grande quantidade apenas utilizando a via glicolítica sem a lactato desidrogenase. Sem essa enzima, a glicólise fica interrompida devido à falta de regeneração do NAD⁺, essencial para a continuidade da produção de ATP durante atividades físicas intensas.

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