Por que a natureza ondulatória da matéria não nos é aparente em nossas observações diárias?
Passo 1
Antes de responder à pergunta, deixa eu fazer uma digressão...
Você sabe que tanto o som como a luz são ondas. Você sabe também que é possível escutar duas pessoas conversando mesmo estando atrás de uma parede ou fora de uma sala, o que é só é possível pois as ondas sonoras são difratadas (se espalham) quando passam por um “buraco” como uma porta, por exemplo.
Por outro lado, você já deve ter percebido que a luz não difrata quando passa por uma porta. Mas espera um pouco, se ambos são ondas, por que o som difrata pela porta e a luz não?
A resposta está no comprimento de onda: para que ocorra difração, o comprimento de onda deve ser da mesma ordem de grandeza do orifício no qual a onda atravessa. O som tem comprimento de onda da ordem de , que está bem de acordo com o tamanho de uma porta. Já a luz tem um comprimento de onda bem menor, da ordem de . Por isso ela difrata pela porta!
Para que seja possível observar a difração da luz, precisamos de um orifício bem pequeno. Um bom exemplo é o fio de cabelo: se você apontar um laser em um fio de cabelo é possível perceber um padrão de difração bem bonitinho!
Passo 2
Agora vamos responder ao que o enunciado pede!
A resposta é simples: o comprimento de onda dos objetos macroscópicos é muito pequeno, de modo que sua natureza ondulatória não é manifestada!
Para se ter uma ideia, o comprimento de onda é dado por
onde é o momento linear. A constante de Planck é da ordem de . Para que não seja muito pequeno, devemos ter um momento linear bem pequeno. Objetos macroscópicos não tem um momento linear pequeno, de modo que será muito muito muito muito pequeno.
Resposta
O comprimento de onda de objetos macroscópicos é muito pequeno.