Enunciado

A combustão de um combustível em geral resulta em um aumento da pressão quando o volume é mantido constante, ou em um aumento do volume quando a pressão é mantida constante, por conta do aumento do número de mols e da temperatura. O aumento da pressão ou do volume será máximo quando a combustão for completa e ocorrer adiabaticamente com a quantidade teórica de ar.Considere a combustão do vapor de álcool metílico ( C H 3 O H (g)) com a quantidade estequiométrica de ar em uma câmara de combustão de 1,5 L. Inicialmente, a mistura está a 25 °C e 101 kPa. Determine (a) a pressão máxima que pode ocorrer na câmara de

combustão, se a combustão ocorrer a um volume constante e (b) o volume máximo da câmara de combustão, se a combustão ocorrer a uma pressão constante.

Passo 1

Entendendo o problema:

Vapor de álcool metílico ( C H 3 O H ) é queimado , e a combustão ocorre em proporções estequiométricas, ou seja, não há excesso de ar e a combustão é completa. A equação de combustão para o sistema é dada por:

C H 3 O H + a O 2 + 3,76   N 2   → C O 2 + 2   H 2 O + 3,76   a N 2

Sendo o coeficiente a determinado por um balanço de massa na equação para o O 2 :

1 + 2 a = 2 + 2

a = 1,5

Então a equação de combustão é :

C H 3 O H + 1,5   O 2 + 3,76   N 2 C O 2 + 2   H 2 O + 5,64   N 2

Passo 2

(item a):

A combustão ocorre em um sistema fechado, sob condições adiabática e sem interações por trabalho. Logo, Q = 0 e W = 0 e o balanço de energia para esse tipo de sistema é:

0 =   Σ   N P ( h f ° _ -   h   _ -   h ° _ - P V ) P

-   Σ   N R ( h f ° _ -   h   _ -   h ° _ - P V ) R (1)

Uma vez que os gases do sistema são admitidos como ideais, os termos P V podem ser substituídos por RT. Logo:

  Σ   N P ( h f ° _ -   h T p   _ -   h 298 k _ - R T ) P

=   Σ   N R ( h f ° _ - R T ) R (2)

A Figura 1 mostra a tabela com os respectivos valores de entalpia de formação e entalpia no estado padrão dos compostos da equação de combustão.

Figura 1: entalpia de formação e entalpia no estado padrão dos compostos da equação de combustão.

Uma vez que os reagentes estão no estado padrão e a entalpia de formação das substâncias simples N 2   e   O 2 é zero, a equação (2) aplicada a equação de combustão juntamente com os dados da Figura 1 torna-se:

1 - 393,520 +   h C O 2 _ - 9364 - 8,314   T p + 2 - 241,82 +   h H 2 O _ - 9904 - 8,314   T P + 5,64 ( 0 +   h N 2 _ - 8669 - 8,314   T P )

=(1) (-200,67 – 8,314 . 298) + 1,5(0 – 8,314 . 298) + (5,64) (0 – 8,314 . 298)

Que leva a relação entre as entalpias:

h C O 2 + 2   h H 2 O _ + 5,64   h N 2 _ - 71 ,   883   .   T P = 734,388   K J

3

Resolvendo (3) pelo método de tentativa e erro, sugerindo temperaturas, substituindo as entalpias correspondentes às temperaturas, o valor da temperatura que melhor ajusta a equação é T = 2816   K

Como todos os gases reagentes e produtos são considerados ideais, a pressão máxima na câmara de combustão pode ser dada pela relação:

P 1 V P 2 V =   N 1 R T 1 N 2 R T 2

Com V sendo o volume constante, P 1 a pressão da entrada e N 1 o número de mols dos reagentes. T 1 é a temperatura de entrada dos reagentes. N 2 o número de mols dos produtos. E T 2 é a temperatura de chama calculada acima. Assim:

P 2 =   N 2 T 2 N 1 T 1   P 1 =   8,64   k c a l ( 2816   k ) ( 101   K P a ) 8,14   k c a l ( 298 K ) = 1013   K P a

Passo 3

(item b):

A diferença deste caso para o item a, é que este ocorre a pressão constante. Nesse caso, o balanço de energia é o mesmo para os casos em regime permanente. Assim:

Q =   Σ   N P (   h f ° _ +   h _ -   h ° )   _ P -   Σ   N R (   h f ° _ +   h _ -   h ° )   _ R

Como o processo é adiabático, com os reagentes no estado padrão:

Σ   N P ( h f ° _ -   h T p   _ -   h 298 k _ ) P =   Σ   N R ( h f ° _ -   h   _ -   h ° _ ) R  

( 4 )

Da tabela do item a e considerando entalpia nula de formação das substâncias simples, a aplicação da equação (4) juntamente com os dados da Figura 1 torna-se :

1 - 393,52 +   h C O 2 _ - 9364 + 2 - 241,8 +   h H 2 O _ - 9904   + + 5,64 0 +   h N 2 _ - 8669 = 1 ( - 200,67 + 1,5   .   0 + 5,64   .   0 )  

Que leva a:

h C O 2 _ + 2 h H 2 O _ + 5,64 h N 2 _ = 754,55   K J    

  ( 5 )

Usando o mesmo procedimento do item a, de tentativa e erro, a temperatura obtida é T = 2333   K .

Da mesma maneira que o item a, considerando os gases ideais e agora a pressão constante, o volume máximo é:

V 2 =   T 2 N 2 T 1 V 1   V 1 =   8,64   k m o l   ( 2333   K ) ( 1,5   L ) 8,14   k m o l   ( 298   K ) = 12,5   L

Resposta

Ei, a resposta está no passo a passo :)

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