Enunciado

A pressão em um gasoduto que transporta dióxido de carbono a uma taxa de 2,3 kg/s é mantida em 100 kPa, ventilando dióxido de carbono para a atmosfera através de um tubo de 0,64 cm de diâmetro interno que se estende a 9 m no ar. Supondo que o dióxido de carbono e o ar atmosférico estão a 27°C, determine (a) a taxa de fluxo de massa de dióxido de carbono perdida para a atmosfera através do tubo, (b) a taxa de fluxo de massa do ar que se infiltra no gasoduto, e (c) a velocidade de escoamento na parte inferior do tubo, onde é anexado ao gasoduto que vai ser medido em operação constante por um anemômetro.

Passo 1

Vamos primeiro reunir nossos dados. Nosso composto A é o dióxido de carbono e o B é ar. As condições são P = 100   k P a e T = 27 ° C = 300   K . Vamos considerar que o nosso processo de difusão vai do ponto em que o tubo é ligado à tubulação (z=0) até o final do tubo (z= L =9 m). O tubo tem diâmetro D = 0,64   c m . Na posição z=0 há uma quantidade muito maior de dióxido de carbono do que de ar, então y A , 0 = 1 . Ao final do tubo, há uma quantidade muito maior de ar do que dióxido de carbono, então y A , L = 0 .

Além disso, o dióxido de carbono e o ar se difundem em direções opostas e a uma mesma taxa, então trata-se de um processo de contradifusão equimolar ( N A = - N B ). Primeiro vamos calcular o fluxo molar e então convertê-lo em taxa de massa para o dióxido de carbono e para o ar. Ao final, vamos usar as taxas mássicas para determinar a velocidade de escoamento da mistura na parte inferior do tubo. Vamos lá???

Passo 2

O fluxo molar para contradifusão equimolar é calculado por:

N A = D A B C L ( y A , 0 - y A , L )

Precisamos então da difusividade e da concentração molar. A difusividade do dióxido de carbono em ar é D A B = 1,6 x 10 - 5   m 2 / s para T = 298   K e P = 1   a t m = 101,3   k P a . Para obter a difusividade nas nossas condições podemos usar a relação:

D A B 1 D A B 2 = P 2 P 1 T 1 T 2 3 2

D A B 2 = D A B 1 P 1 P 2   T 2 T 1 3 2

D A B 2 = 1,6 x 10 - 5 x 101,3 100 x   300 298 3 2

D A B 2 = 1,64 x 10 - 5   m 2 / s

A concentração molar para uma mistura gasosa é dada por:

C = P R T

C = 100.000 8.314 x 300

C = 0,04   k m o l / m 3

O fluxo molar então é:

N A = D A B C L ( y A , 0 - y A , L )

N A = 1,64 x 10 - 5 x 0,04 9 x ( 1 - 0 )

N A = 7 , 28 x 10 - 8   k m o l / m 2 s

Para transformar o fluxo em taxa molar basta multiplicar pela área do tubo:

N A ˙ = N A x A

N A ˙ = N A x π D 2 4

N A ˙ = 7 , 28 x 10 - 8 x π x 0,64 x 10 - 2 2 4

N A ˙ = 2,34 x 10 - 1 2   k m o l / s

Como já comentamos N B ˙ = - N A ˙ = - 2,34 x 10 - 12   k m o l / s

Passo 3

Nosso próximo passo é transformar as taxas molares N A ˙ e N B ˙ em taxas mássicas. Para isso precisamos das massas molares do dióxido de carbono e do ar. Elas são:

M A = 4 4   k g / k m o l

M B = 29   k g / k m o l

A taxa mássica é dada por:

m ˙ = M x N ˙

Para o dióxido de carbono:

m A ˙ = M A x N ˙ A

m ˙ A = 4 4 x 2,34 x 10 - 12

m ˙ A = 1,03 x 10 - 1 0   k g / s

Para o ar:

m ˙ B = M B x N ˙ B

m ˙ B = 29 x ( - 2,34 x 10 - 12 )

m ˙ B = - 6,8 x 10 - 1 1   k g / s

Nosso último passo é determinar a velocidade na parte inferior do tubo. Para isso vamos usar:

v = m ˙ ρ A

Em que m ˙ é a vazão mássica total na parte inferior do tubo. Sabemos que nessa região as vazões de hélio e ar são m ˙ A = 1,03 x 10 - 10   k g / s e m ˙ B = - 6,8 x 10 - 1 1   k g / s . Então:

m ˙ = m ˙ A + m ˙ B

m ˙ = 1,03 x 10 - 10 - 6,8 x 10 - 11

m ˙ = 3,517 x 10 - 1 1   k g / s

Além disso, na parte inferior do tubo a composição da mistura é praticamente 100 % hélio. Então ρ = ρ h é l i o = C x M A = 1,764   k g / m 3 . A velocidade é:

v = m ˙ ρ A

v = 3,517 x 10 - 11 1,764 x π x D 2 4

v = 6,2   x 10 - 7   m / s

Resposta

A taxa de dióxido de carbono perdido para a atmosfera é de m ˙ A = 1,03 x 10 - 10   k g / s ; a taxa de ar que entra no duto é de m ˙ B = - 6,8 x 10 - 11   k g / s . A velocidade medida na parte inferior do tubo é v = 6,2   x 10 - 7   m / s .

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