Enunciado

Calcule ⟨ x ⟩ , ⟨ p ⟩ , ⟨ x ^ 2 ⟩ e ⟨ p 2 ⟩ e ⟨ T ⟩ para o n-ésimo estado estacionário do oscilador harmônico utilizando o método do Exemplo 2.5. Confira se o princípio da incerteza é satisfeito.

Passo 1

Fala í, beleza? Para resolver essa questão, utilizaremos o método citado no enunciado, que consiste em escrever os operadores x e p na forma:

x = ℏ 2 m ω   a + + a -     ;     p = i   ℏ m ω 2   ( a + - a - )

Assim, vamos partir para as contas!

Para o valor esperado de x , temos:

⟨ x ⟩   = ℏ 2 m ω ∫ - ∞ + ∞ ψ n * a + + a - ψ n   d x

Podemos escrever esse resultado como:

⟨ x ⟩   = ℏ 2 m ω ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a + ψ n   d x + ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a - ψ n   d x

Ou, ainda:

⟨ x ⟩   = ℏ 2 m ω ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   n + 1     ψ n + 1   d x + ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   n   ψ n - 1   d x

Como ψ n , ψ n + 1 e ψ n - 1 são ortonormais, essas duas integrais se anulam, resultando em:

⟨ x ⟩   = 0

Como tinha sido antecipado na resolução da questão anterior.

De maneira direta, o valor de ⟨ p ⟩ também será zero, pois podemos escrevê-lo como:

⟨ p ⟩   = m d ⟨ x ⟩ d t →   ⟨ p ⟩   = 0

Passo 2

Vamos agora fazer o mesmo para as grandezas quadráticas:

x 2 = ℏ 2 m ω   a + 2 + a + a - + a - a + + a - 2

p 2 = - ℏ m ω 2   ( a + 2 - a + a - - a - a + + a - 2 )

Assim, ao realizarmos as integrais, chegamos em:

⟨ x 2 ⟩   = ℏ 2 m ω ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a + 2   ψ n   d x + ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a - 2   ψ n   d x +   ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a + a -   ψ n   d x + ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a - a +   ψ n   d x

Perceba que a duas primeiras integrais irão se anular, pois o integrando corresponde aos produtos ψ n *   ψ n + 2 e ψ n *   ψ n - 2 . Restando assim, apenas as duas últimas integrais, que correspondem a:

⟨ x 2 ⟩   = ℏ 2 m ω n ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   ψ n   d x ⏝ 1 + n + 1 ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   ψ n   d x ⏝ 1

Portanto:

⟨ x 2 ⟩   = n + 1 2 ℏ m ω

De maneira semelhante, ⟨ p 2 ⟩ fica:

⟨ p 2 ⟩   = - ℏ m ω 2   ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a + 2   ψ n   d x + ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a - 2   ψ n   d x -   ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a + a -   ψ n   d x - ∫ - ∞ + ∞ ψ n *   a - a +   ψ n   d x

Já vimos o resultado da soma dessas quatro integrais. Portanto, temos:

⟨ p 2 ⟩   = n + 1 2 ℏ m ω  

Para finalizar o cálculo dos valores esperados, já vimos na questão anterior como obter o valor esperado da energia cinética. Assim, vem:

⟨ T ⟩   = 1 2 m ⟨ p 2 ⟩   = n + 1 2 ℏ ω 2  

Que corresponde à metade da energia associada ao n-ésimo estado estacionário.

Passo 3

Agora que calculamos todos os valores esperados, vamos determinar as incertezas:

σ x = ⟨ x 2 ⟩ - ⟨ x ⟩ 2   → σ x = n + 1 2 ℏ m ω

Analogamente:

σ p = ⟨ p 2 ⟩ - ⟨ p ⟩ 2   → σ p = n + 1 2 ℏ m ω

Assim, o produto das incertezas fica:

σ x σ p = n + 1 2 ℏ

Ou seja, ele vai ser sempre maior ou igual a ℏ / 2 , respeitando, assim, o princípio da incerteza!

Resposta

⟨ x ⟩   = 0

⟨ p ⟩   = 0

⟨ x 2 ⟩   = n + 1 2 ℏ m ω

⟨ p 2 ⟩   = n + 1 2 ℏ m ω  

⟨ T ⟩ = n + 1 2 ℏ ω 2

σ x = n + 1 2 ℏ m ω

σ p = n + 1 2 ℏ m ω

σ x σ p = n + 1 2 ℏ

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