Enunciado

Se a partícula descrita pela função de onda do problema 33 for um próton se movendo em um núcleo, ela dará origem a uma distribuição de carga que oscila no tempo com a mesma frequência das oscilações de sua densidade de probabilidade. (a) Calcule essa frequência para valores de E 1 e E 2 correspondentes a um próton de massa 10 - 27   k g e dimensões nucleares 10 - 14   m . (b) Calcule também a frequência e a energia do fóton que seria emitido por essa distribuição de carga oscilante quando o próton passar do estado excitado para o estado fundamental.

Passo 1

Fala galerinha, beleza?

No problema 33, consideramos as autofunções

Ψ 1 x , t = 2 a cos ⁡ π x a   e - i E 1 t / ℏ ,               E 1 = π 2 ℏ 2 2 m a 2

Ψ 2 x , t = 2 a s e n   2 π x a   e - i E 2 t / ℏ ,           E 2 = 4 π 2 ℏ 2 2 m a 2

Por simplicidade, vamos escrever

Ψ 1 = ψ 1 x   e - i E 1 t / ℏ               e                   Ψ 2 = ψ 2 x   e - i E 2 t / ℏ

Daí, construímos Ψ = c 1 Ψ 1 + c 2 Ψ 2 , com c 1 2 + c 2 2 = 1 . A densidade de probabilidade do sistema é dada por

ρ x , t = Ψ 2 = Ψ *   Ψ = c 1 *   Ψ 1 * + c 2 *   Ψ 2 * c 1 Ψ 1 + c 2 Ψ 2

Assim,

ρ x , t = c 1 2 Ψ 1 2 + c 2 2 Ψ 2 2 + c 1 * c 2 Ψ 1 * Ψ 2 + c 1 c 2 * Ψ 1 Ψ 2 *

É fácil perceber que

Ψ 1 2 = ψ 1 2                         e                     Ψ 2 2 = ψ 2 2

Isso ocorre pois

Ψ 1 2 = Ψ 1 *   Ψ 1 = ψ 1 *   e + i E 1 t / ℏ   ψ 1   e - i E 1 t / ℏ = ψ 1 * ψ 1 = ψ 1 2 = ψ 1 2

O mesmo vale para Ψ 2 2 . Já para os termos mistos, a história é diferente pois as exponenciais complexas não vão se anular:

Ψ 1 * Ψ 2 = ψ 1   e + i E 1 t / ℏ   ψ 2   e - i E 2 t / ℏ = ψ 1 ψ 2   e - i E 2 - E 1 t / ℏ

Ψ 1 Ψ 2 * = ψ 2   e + i E 2 t / ℏ   ψ 1   e - i E 1 t / ℏ = ψ 1 ψ 2   e i E 2 - E 1 t / ℏ

Com isso,

ρ x , t = c 1 2 ψ 1 2 + c 2 2 ψ 2 2 + c 1 * c 2 ψ 1 ψ 2   e - i E 2 - E 1 t / ℏ + c 1 c 2 * ψ 1 ψ 2   e i E 2 - E 1 t / ℏ

Considerando c 1 e c 2 reais:

ρ x , t = c 1 ψ 1 2 + c 2 ψ 2 2 + c 1 c 2 ψ 1 ψ 2 e - i E 2 - E 1 t / ℏ + e + i E 2 - E 1 t / ℏ

Como e i x = cos ⁡ x + i   s e n   x e e - i x = cos ⁡ x - i   s e n   x , temos e i x + e - i x = 2 cos ⁡ x , de modo que

e - i E 2 - E 1 t / ℏ + e + i E 2 - E 1 t / ℏ = 2 cos ⁡ E 2 - E 1 t ℏ

Portanto,

ρ x , t = c 1 ψ 1 2 + c 2 ψ 2 2 + 2 c 1 c 2 ψ 1 ψ 2 cos ⁡ ω t ,

com

ω = E 2 - E 1 ℏ

A densidade de probabilidades oscila harmonicamente com frequência angular ω . Substituindo as expressões de E 1 e E 2 :

ω = 1 ℏ ⋅ 4 π 2 ℏ 2 2 m a 2 - π 2 ℏ 2 2 m a 2 = 3 π 2 ℏ 2 m a 2

Lembrando que ω = 2 π ν , temos

ν = 3 h 8 m a 2

Repare que agora temos h , não .

Passo 2

No item (b), a frequência que ele pede para acharmos é exatamente a encontrada no item (a). Quando ocorre a transição de um estado de energia E 2 para um estado com energia E 1 < E 2 , a energia perdida pelo sistema e emitida pelo fóton é

E 2 - E 1 = h   ν

Considerando h = 6,626 ⋅ 10 - 34   J   s , m = 10 - 27 k g e a = 10 - 14   m , temos

ν = 3 ⋅ 6,626 ⋅ 10 - 34 8 ⋅ 10 - 27 ⋅ 10 - 14 2

Portanto,

ν ≈ 2,5 ⋅ 10 2 1   H z

Essa radiação da na faixa de raios gama do espectro eletromagnético.

Resposta

ν ≈ 2,5 ⋅ 10 21   H z

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