Enunciado

Assumindo que a viga prismática A B tem uma seção transversal retangular, mostrar que para o carregamento dado, o máximo valor da densidade de energia de deformação específica da viga é

u m = 45 8 U V

onde U é a energia de deformação da viga e V é seu volume.

Passo 1

Oier, pessoal! Tudo suave? Bora resolver um exercício de energia de deformação para dominar melhor essa matéria?

O enunciado quer que a gente prove que a densidade de energia máxima u m de uma viga da figura abaixo e a energia de deformação U dessa viga se relacionem de acordo com a equação que está na figura.

b é a largura da viga e d é a altura da seção transversal da viga. R A e R B são as forças de reação nos pontos A e B respectivamente.

Pela figura, nós notamos que a viga atinge sua tensão máxima σ m á x nas extremidades superior e inferior da viga. Por isso, é nessa região que a densidade de energia u é máxima u = u m .

Provar que u m e U se relacionam de acordo com a equação da figura é a mesma coisa que provar que a divisão entre u m e U vale 45 8 V

u m U = 4 5 8 V

Por isso, vamos calcular u m e U e vamos dividir os dois para demonstar que a equação acima é verdadeira.

Calculamos u m a partir da equação abaixo.

u m = σ m á x 2 2 E

onde σ m á x é a máxima tensão normal que existe em uma viga sob flexão e E é o módulo de elasticidade da viga.

Para calcular a energia U da barra causada pelo momento fletor M é:

U = ∫ 0 L M 2 2 E I d x

onde L é o comprimento total da barra A B , E é o módulo de elasticidade e I é o momento de inércia.

Agora que sabemos disso tudo, vamos partir pra resolução do exercício.

Passo 2

Vamos começar a resolver o exercício, calculando o valor de u m da viga. Nós já sabemos que a máxima densidade de energia u m ocorre nas extremidades da barra. No entanto, para calculá-la precisamos descobrir quanto vale a tensão σ m á x nesse ponto. A equação de σ m á x se encontra na figura abaixo.

c é a distância entre as extremidades da viga e a linha central de tensão nula. Essa distâncaa vale d / 2 . M m á x é o momento fletor máximo da vida. Para saber onde ocorre o ponto de máximo momento fletor M m á x , precisamos usar a equação de equilíbrio de momento da parte esquerda da barra A B no ponto x . No entanto, para usar a equação de momento no ponto x , precisamos achar o valor de R A através da equação de equilíbrio de momento no ponto B .

Para usar a equação de equilíbrio de momento da barra e achar M , precisamos lembrar que o momento da força distribuída w é calculada com a integral abaixo.

M w = ∫ 0 L w x   d x       ⟹       M w = w L 2 2

Como a força R A faz a barra tender a girar no sentido horário, vamos colocar um sinal de menos na frente do momento de R A .

∑ B M = 0       ⟹       - M A + M w = 0       ⟹       - R A L + w L 2 2 = 0       ⟹       R A = w L 2

Agora que temos R A , podemos achar o momento fletor M e descobrir o ponto onde ele é máximo M = M m á x através da equação de equilíbrio de momento da parte esquerda da barra A B no ponto x .

Além disso precisamos lembrar que, como a força R A faz a barra tender a girar no sentido horário, vamos colocar um sinal de menos na frente do momento de R A .

∑ x M = 0       ⟹       - M A + M w + M = 0       ⟹       - R A x + w x 2 2 + M = 0       ⟹

⟹       - w L 2 x + w x 2 2 + M = 0       ⟹       M = w L x 2 - w x 2 2

Derivando M em relação a x e igualando a zero, achamos o ponto x m á x onde M = M m á x .

0 = w L 2 - w x m á x       ⟹       x m á x = L 2

Substituindo x por x m á x na fórmula do momento fletor M , achamos M m á x .

M = w L x 2 - w x 2 2       ⟹       M m á x = w L L 2 2 - w L 2 2 2       ⟹       M m á x = w L 2 8

Passo 3

Agora que temos o momento fletor máximo, podemos achar σ m á x , substituindo os valores de M m á x e c na fórmula da tensão máxima σ m á x , achamos:

σ m á x = M m á x × c I       ⟹       σ m á x = w L 2 8 × d 2 I       ⟹       σ m á x = w L 2 d 16 I

Substituindo σ m á x na equação de u m , achamos:

u m = σ m á x 2 2 E         ⟹     u m = w L 2 d 16 I 2 2 E       ⟹       u m = w 2 L 4 d 2 512 E I 2

No próximo passo acharemos U !

Passo 4

Para achar U , substituímos a equação do momento fletor M que achamos antes na integral de U .

U = ∫ 0 L M 2 2 E I d x       ⟹         U = ∫ 0 L w L x 2 - w x 2 2 2 2 E I d x       ⟹       U = ∫ 0 L w x 2 L - x 2 2 E I d x

Colocando as constantes para fora da integral, achamos:

U = w 2 4 × 2 E I ∫ 0 L x 2 L - x 2 d x

U = w 2 8 E I ∫ 0 L x 2 L 2 - 2 x 3 L + x 4   d x

U = w 2 8 E I x 3 L 2 3 - x 4 L 2 + x 5 5 0 L

Substituindo os limites de integração:

U = w 2 8 E I L 5 3 - L 5 2 + L 5 5

U = w 2 L 5 240 E I

Passo 5

Agora vamos dividir u m por U !

u m U = w 2 L 4 d 2 512 E I 2 w 2 L 5 240 E I       ⟹     u m U = 1 5 d 2 32 L I

Para achar o valor exato dessa divisão, precisamos lembrar que o momento de inércia de uma área retangular vale:

I = 1 12 b d 3

Substituindo isso na fórmula, achamos:

u m U = 15 d 2 32 L I       ⟹       u m U = 15 d 2 32 L 1 12 b d 3       ⟹       u m U = 45 8 L b d

No entanto, o produto L b d é justamente o volume V da viga! Substituindo L b d por V , achamos:

u m U = 45 8 L b d       ⟹       u m U = 45 8 V

Reorganizando essa equação:

u m = 45 8 U V

Aeeeee! É justamente isso que a gente queria demonstrar! Então acabamos com a questão!

Resposta

Ei, a resposta está no passo a passo :)

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