Enunciado

Uma amostra de 0,50 mol de gás hélio expande-se adiabaticamente e quase-estaticamente, de uma pressão inicial de 5 atm e uma temperatura de 500 K para uma pressão final de 1 atm. Determine:

  1. A temperatura final do gás;
  2. O volume final do gás;
  3. O trabalho realizado pelo gás;
  4. A variação da energia interna.

Passo 1

Muito bem, nós sabemos que o gás se expande, mas não sabemos nada sobre o volume no qual ele estava inicialmente.

Precisamos acha-lo, certo? Para assim conseguirmos calcular o volume final, que é o que realmente queremos.

Como fazemos isso? Primeiro vamos ver quais são nossas variáveis disponíveis:

n = 0,5   m o l s

P 1 = 5   a t m   x 101325   P a 1   a t m = 506625   P a

T 1 = 5 00   K

Também sabemos que para gases:

R = 8,314 J m o l . K

Se pensarmos bem, temos tudo o que precisamos para calcular V 1 , basta usarmos a lei dos gases ideais:

P 1 V 1 = n R T 1

Substituímos:

( 506625   P a ) V 1 = 0,5   m o l s 8,314 J m o l . K ( 5 00   K )

V 1 = 4 , 1   x   10 - 3 m ³ = 4 , 1   L

Já sabemos todas as informações que precisamos do estado inicial. Agora vamos começar a resolver a letra a.

Passo 2

Se esta expansão é adiabática, temos:

Q a b s o r v i d o = 0

Precisamos achar a temperatura, mas temos somente as pressões inicial e final. Existe uma relação entre eles para este tipo de processo:

T 1 γ P 1 γ - 1 = T 2 γ P 2 γ - 1

Removendo o expoente das temperaturas:

T 2 = T 1 P 2 P 1 γ - 1 γ

Onde

γ = g + 2 2 . n R g 2 . n R = g + 2 g

Neste caso, g são os graus de liberdade do gás. Para um gás monoatômico como o hélio, g = 3 :

γ = 5 3

Substituindo:

T 2 = T 1 P 2 P 1 2 5

Agora lançamos os valores que já temos:

T 2 = 500   K 1   a t m 5   a t m 2 5 = 263   K

Legal ! Já achamos a temperatura final. Com os ados que temos podemos usar outra relação para este tipo de processo e achar o volume:

P 1 V 1 γ = P 2 V 2 γ

Usando γ = 5 3 :

P 1 V 1 5 3 = P 2 V 2 5 3

Removendo o expoente dos volumes:

V 2 = V 1 P 1 P 2 3 5

Substituímos:

V 2 = 4 , 1   L 5   a t m 1   a t m 3 5 = 10,8   L

Achamos quase tudo, mas ainda está faltando as letras c e d.

Passo 3

Por simplicidade, vamos começar pela letra d. A variação da energia interna nós não temos, mas podemos usar uma fórmula bem pratica para obtê-la:

∆ E i n t = g 2 n R ∆ T

Já sabemos que g = 3 ,   então:

∆ E i n t = 3 2 n R ( T 2 - T 1 )

Substituímos:

∆ E i n t = 3 2 0,5   m o l 8,314 J m o l . K 263   K - 5 00 K = - 1,48   k J

Agora só precisamos agora achar o trabalho. E para isso podemos usar a primeira lei da termodinâmica:

∆ E i n t = Q a b s o r v i d o + W s o b r e   o   g á s

Já sabemos que Q a b s o r v i d o = 0 :

∆ E i n t = W s o b r e   o   g á s

Substituindo ∆ E i n t :

W s o b r e   o   g á s = - 1,48   k J

É isso mesmo que queremos? Não. Nós queremos o trabalho realizado pelo gás e não sobre ele:

W p e l o   g á s = - W s o b r e   o   g á s = 1,48   k J

Resposta

  1. T 2 = 263   K ;
  2. V 2 = 10,8   L ;
  3. W p e l o   g á s = 1,48   k J ;
  4. ∆ E i n t = - 1,48   k J .
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