Explique a observação de que a solubilidade em água geralmente aumenta de cloro para iodo em halogenetos iônicos com baixo caráter covalente (como os halogenetos de potássio), mas decresce de cloro para iodo em halogenetos iônicos em que as ligações são significativamente covalentes (como os halogenetos de prata).

Nos halogenetos ou haletos iônicos, como os de potássio, por exemplo, a gente precisa saber que o cátion não tem muito poder polarizante – polariza muito pouco a nuvem eletrônica do ânion haleto. Dessa forma, seu caráter iônico é bem mais acentuado.

O mais solúvel em água de todos vai ser o iodeto de potássio, KI, pela incompatibilidade do tamanho do cátion e do ânion: o iodo é de todos o maior, não vai ter efetiva sobreposição de orbitais com o potássio (em comparação com os outros haletos), e, por isso o retículo cristalino se quebra com maior facilidade do que os outrs haletos de potássio.

Quando o haleto for de prata, já temos um cátion com poder polarizante considerável. E, por quê? Pois a prata tem orbitais d com elétrons, que são pouco blindantes da carga nuclear – que fica mais “exposta” pros átomos que tem esses orbitais d ocupados. Dessa forma, os haletos já “sentem” a proximidade da prata e têm suas nuvens eletrônicas consideravelmente mais distorcidas em direção ao cátion de prata, Ag+.

O iodeto de prata, dessa vez, vai ser o mais insolúvel em água, porque sua polarizabilidade é a maior de todas, que permite que o caráter covalente da ligação com a prata seja o maior de todos os haletos de prata. Dessa forma, a ligação é fortificada, fica mais difícil de ser rompida. Por fim, o AgI será o menos solúvel.