Enunciado

Resolva o problema de valor inicial no Exercício 27 , na Seção 9.2 , para encontrar uma expressão para a carga no instante t . Encontre o valor-limite da carga.

Enunciado do Exercício 27 :

A figura mostra um circuito contendo uma força eletromotriz, um capacitor com capacitância de C farads ( F ) e um resistor com resistência de R ohms ( Ω ). A queda de voltagem no capacitor é Q / C , onde Q é a carga (em coulombs); nesse caso a Lei de Kirchhoff fornece

R I + Q C = E t

Mas I = d Q d t , de modo que temos

R d Q d t + 1 C Q = E t

Suponha que a resistência seja 5   Ω , a capacitância seja 0,05   F e a pilha forneça uma voltagem constante de 60   V .

(a) Desenhe um campo de direções para essa equação diferencial.

(b) Qual é o valor-limite da carga?

(c) Existe uma solução de equilíbrio?

(d) Se a carga inicial for Q 0 = 0   C , use o campo de direções para esboçar a curva solução.

(e) Se a carga inicial for Q 0 = 0   C , use o método de Euler com o passo 0,1 para estimar a carga depois de meio segundo.

Passo 1

E aê, pessoal, beleza? Nesse exercício aqui, é bastante importante prestar atenção ao que está sendo pedido, se não a gente embola tudo e faz o que não precisa. O enunciado não tá pedindo que a gente resolva o 27 todo de novo, ele quer que a gente resolva o problema de valor inicial.

Mas antes, a gente precisa identificar que problema de valor inicial é esse, pois o exercício não quis nos entregar de bandeja. Repare que o enunciado do 27 nos deu uma equação diferencial:

R d Q d t + 1 C Q = E t

Mas isso tá tão esquisito, parece que tem mais variáveis do que a gente consegue dar conta de resolver. Aí a gente volta no enunciado, e percebe que R ,   C e E ( t ) são constantes, o que facilita bastante a nossa vida!

R = 5   ,       1 C = 1 0,05 = 20   ,       E t = 60

Agora a equação fica melhorzinha:

5 d Q d t + 20 Q = 60

d Q d t + 4 Q = 12

Então, para completar o problema de valor inicial, só nos falta achar realmente quem é o valor inicial, ou seja, quanto a variável Q mede quando t = 0 . Mas dá uma olhadinha nos itens (d) e (e), eles nos deram o seguinte dado:

Q 0 = 0  

Pronto! Já sabemos quem é o nosso problema de valor inicial. Bora resolver?

Passo 2

Vamos tentar verificar se nossa equação é separável? Aqui não tem x nem y , mas faz de conta que o Q é o y , e o t é o x , não tem nenhuma diferença no método de resolução!

d Q d t + 4 Q = 12

d Q d t = 12 - 4 Q

1 12 - 4 Q   d Q = 1   d t

É separável! Que boa notícia! Agora é só integrar cada lado:

∫ 1 12 - 4 Q   d Q = ∫ 1   d t + K

Usando a substituição U = 12 - 4 Q   ,     d U = - 4 d Q   , a gente elimina a dificuldade da integral da esquerda:

∫   - 1 4   1 U   d U = t + K

- 1 4 ln ⁡ U = t + K

ln ⁡ U = - 4 t + K

U = e - 4 t + K

12 - 4 Q = K e - 4 t

Passo 3

Show! Encontramos uma solução genérica da equação diferencial, agora vamos usar o fato de que Q = 0 quando t = 0 para eliminar a constante K :

12 - 4 .   0 = K e - 4 .   0

| 12 | = K . 1

K = 12

Então nossa equação vai ficando assim:

12 - 4 Q = 12 e - 4 t

12 - 4 Q = ± 12 e - 4 t

Q = 3 ∓ 3 e - 4 t

Q = 3 ( 1 ∓ e - 4 t )

Porém, a solução com o sinal + não obedece a condição inicial, pois teríamos:

Q 0 = 3 1 + 1 = 6 ≠ 0

Logo, nossa solução é

Q t = 3 ( 1 - e - 4 t )

Passo 4

Achou que já tinha terminado? Ainda não! O exercício também nos pediu pra encontrar o valor-limite da carga. Para isso, é só tomar o limite de Q t quando t → ∞   :

lim t → ∞ ⁡ 3 1 - e - 4 t = 3 1 - 0 = 3

Portanto, a carga-limite é 3   C , beleza?

Resposta

Q t = 3 ( 1 - e - 4 t )

Valor limite: 3   C

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