Enunciado

Use um gráfico do campo vetorial F e a curva C para dizer se a integral de linha de F ao longo de C é positiva, negativa ou nula. Em seguida, calcule a integral.

F x ,   y = x - y   i + x y   j , C é o arco de círculo x 2 + y 2 = 4 percorrido no sentido anti-horário de 2 ,   0 a 0 ,   - 2 .

Passo 1

Vamos lá, o enunciado nos deu várias informações . Então vamos começar tentando entender o que ele quer.

Ele nos deu um campo vetorial F e uma curva C e quer que façamos uma análise gráfica que nos diga como será o comportamento da integral de linha ao longo dessa curva .

Depois iremos ter que achar esse comportamento realizando a integral de linha de fato.

∫ C F ∙ d r

Então a primeira coisa que temos que entender é como esboçar o gráfico do campo vetorial F e a curva C.

Passo 2

Vamos começar pelo arco C . Eles nos diz que esse arco pertence a um círculo x 2 + y 2 = 4 .

A forma padrão para representar um círculo é a seguinte:

( x - x c ) 2 + ( y - y c ) 2 = r 2

Logo podemos dizer que o raio da equação do círculo que ele nos deu irá ser 2 , e o ( x c , y c ) irá ser ( 0,0 ) . Construindo o círculo teremos a figura abaixo:

Porém, ele quer que a curva percorra do ponto 2 ,   0 a 0 ,   - 2 , no sentido anti-horário.

Ou seja, não teremos o quarto quadrante do círculo, porque não está incluso do ponto 0 ,   - 2 a 2 ,   0 . Logo a curva será representada por :

Passo 3

Beleza, agora precisamos construir o campo vetorial.

Vamos precisar de uma informação que ele nos dá lá no enunciado.

F x ,   y = x - y   i + x y   j

Show, para construir o campo vetorial precisamos supor alguns pontos para entendermos qual é o seu comportamento. Bom , esses pontos são aleatórios ?

SIM E NÃO…..

Podemos sim escolher qualquer ponto para desenharmos o campo vetorial porém para sermos mais assertivos precisamos escolher pontos que tenham alguma conexão com o nosso problema.

Por exemplo, vou supor os seguintes pontos:

2 ,   0 , 0 ,   2 ,   - 2 ,   0 , 0 ,   - 2

Esses são pontos que pertencem ao meu arco :

Agora, iremos substituir cada ponto lá em função do campo vetorial.

F x ,   y = x - y   i + x y   j

Para o ponto 2 ,   0

F 2 ,   0 = 2 - 0   i + 2.0   j

F 2 ,   0 = 2   i + 0   j

Para o ponto 0 ,   2

F 0 ,   2 = 0 - 2   i + 0 . ( - 2 )   j

F 0,2 =   - 2   i + 0   j

Para o ponto - 2 ,   0

F - 2 ,   0 = - 2 - 0   i + ( - 2 ) . 0     j

F - 2,0 =   - 2   i + 0   j

Para o ponto 0 , - 2

F 0 , - 2 = 0 - ( - 2 )   i + 0 . ( - 2 )     j

F 0 , - 2 =   2   i + 0   j

Beleza , agora se olharmos os resultados , no caso desses pontos, o vetor vai variar 2 unidade no eixo x . Vamos desenhá-los :

A partir desses vetores podemos observar um pouco do comportamento . Vemos que eles seguem o sentido anti-horário apontando a mesma direção da curva . Então isso nos leva a crer que a linha integral de linha será positiva.

Porém o campo vetorial completo pode ser mais trabalhoso de ser desenhado manualmente , então podemos desenhá-lo utilizando um software.

Utilizando um software obtemos o seguinte resultado:

.

Passo 4

Beleza, nós conseguimos entender o comportamento da integral apenas com o campo de força e com a curva, mas o exercício nos pede para confirmar esse resultado fazendo uma integral.

Então vamos nessa!!!

Já sabemos que a curva será o arco do círculo x 2 + y 2 = 4 percorrido no sentido anti-horário de 2 ,   0 a 0 ,   - 2 .

A curva será os intervalos da nossa integral. Porém como ela é um arco de um círculo ,ela irá variar de acordo com os ângulos e a nossa função está variando em ( x , y ) , então não vai dar bom

Por isso iremos fazer uma parametrização.

O primeiro passo para parametrizar é escolher um parâmetro, vamos usar o θ , já que os nossos intervalos serão ângulos.

O segundo passo será definir os intervalos. Como vimos anteriormente a nossa curva tem o seguinte aspecto:

Podemos ver que o θ varia de 0   a 3 π 2   . Logo nosso intervalo será:

0 ≤ θ ≤ 3 π 2

O terceiro passo vai ser achar a equação paramétrica. Nesse tipo de exercício é muito comum utilizar as coordenadas polares. Assim , podemos dizer que nossa equação será:

r θ = ( c o s ( θ ) ,   s e n ( θ ) )

Aonde x   e   y serão representados sendo :

x = r   c o s (   t )  

y = r   s e n   (   t )  

Passo 5

Beleza agora que já sabemos como funciona a parametrização vamos substituir os valores.

Lembra que o r = 2 ??

Então podemos substituir esse valor e termos que :

x = 2   c o s (   t )  

y = 2   s e n   (   t )  

Agora vamos substituir o x   e o y lá no campo vetorial que ele nos deu. Lembra??

              F x ,   y = x - y   i + x y   j

Vai ficar assim:

F r ( t ) = ( 2 c o s ( t ) - 2 s e n ( t ) )   i + ( 2 c o s ( t ) . 2   s e n ( t ) )     j

F r ( t ) = 2 ( c o s ( t ) - 2 s e n ( t ) )   i + 4 c o s ( t ) . s e n ( t )     j

Passo 6

Essa questão é um pouquinho grande mas calma que está quase acabando. Lembrando que nosso objetivo aqui é realizar a integral de linha .

∫ 0 3 π 2 F r t ∙ r , t   d t

Mas para isso precisávamos descobrir quem era r ( t ) e F r t , como foi feito nos passos anteriores.

A função F r t já sabemos que será :

F r ( t ) = 2 ( c o s ( t ) - 2 s e n ( t ) )   i + 4 c o s ( t ) . s e n ( t )     j

Agora vamos achar r , t :

r t = ( 2 c o s ( t ) ,   2 s e n ( t ) )

Derivando teremos :

  r , t = ( - 2 s e n ( t ) ,   2 c o s ( t ) )

Passo 7

Agora fazer o produto escalar entre F r t ∙ r , t :

F r t ∙ r , t = ( 2 ( c o s ( t ) - 2 s e n ( t ) ) . ( - 2 s e n ( t ) )   + ( 4 c o s ( t ) . s e n ( t ) ) . ( 2 c o s ( t ) )

F r t ∙ r , t = - 4   s e n ( t ) . c o s ( t ) + 4 s e n 2 ( t )   + 8 c o s 2 ( t ) . s e n ( t ) .  

Passo 8

Belezinha, esse resultado é o que vamos integral, sendo assim :

∫ 0 3 π 2 (   - 4 s e n ( t ) . c o s ( t ) + 4 s e n 2 ( t )   + 8 c o s 2 ( t ) . s e n ( t ) )   d t

Podemos separar em 3 integrais para ficar mais fácil

∫ 0 3 π 2 - 4 s e n ( t ) . c o s ( t )   d t + ∫ 0 3 π 2 4 s e n 2 ( t )     d t + ∫ 0 3 π 2 (   8   c o s 2 ( t ) . s e n ( t ) )   d t

Vamos começar pela primeira :

- 4 ∫ 0 3 π 2 s e n ( t ) . c o s ( t )   d t

Nesse caso iremos precisar fazer uma integral por substituição , vai ficar assim:

c o s ( t )   = u

  c o s ( t ) `   .   d t = d u

d t = d u - s e n ( t )

substituindo na integral :

4 ∫ 0 3 π 2 u   .   d u

4 c o s 2 ( t ) 2 0 3 π   2

4 c o s 2 ( 3 π   2 ) 2 - c o s 2 ( 0 ) 2   = - 2

Passo 9

Vamos para a segunda integral :

∫ 0 3 π 2 4 s e n 2 ( t )     d t

Para fazer essa integral a gente pode usar um bizu . Lembra da equação para arco duplo?

s e n 2 ( t ) = 1 - c o s ( 2 t ) 2

Substituindo na integral:

∫ 0 3 π 2 2   ( 1 - c o s ( 2 t ) )     d t

∫ 0 3 π 2 ( 2 - 2 c o s ( 2 t ) )     d t

Vamos dividir em duas partes:

→ ∫ 0 3 π 2 ( 2 )     d t =     2 t 0 3 π   2 = 3 π  

→ ∫ 0 3 π 2 2 c o s ( 2 t )     d t

Mais uma vez vai ser necessária fazer a integral por substituição:

2 x   = u

  ( 2 x ) `   .   d t = d u

d t = d u 2

Substituindo na integral :

2 ∫ 0 3 π 2 c o s ( u )   d u 2 = s e n ( 2 x ) 0 3 π   2 = 0

Passo 10

Ufa, agora vamos para última integral :

∫ 0 3 π 2 (   8   c o s 2 ( t ) . s e n ( t ) )   d t

vamos utilizar o método de substituição:

iremos chamar   c o s ( t ) = u e   s e n   ( t ) . d t = -   d u

8 ∫ 0 3 π 2   u 2 - d u

Para não ficar negativo podemos trocar os limites de integração

8 ∫ 3 π 2 0   u 2 d u

8 c o s 3 ( t ) 3 3 π 2 0 = 8 3  

Passo 11

Beleza , agora temos os valores de cada integral que separamos lá no início :

∫ 0 3 π 2 - 4 s e n ( t ) . c o s ( t )   d t + ∫ 0 3 π 2 4 s e n 2 ( t )     d t + ∫ 0 3 π 2 (   8   c o s 2 ( t ) . s e n ( t ) )   d t

Substituindo o resultado de cada uma teremos :

- 2 +   3   π   + 8 3

3 π + 2 3

O resultado deu positivo, como previmos.

Resposta

3 π + 2 3

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Determine o trabalho realizado pelo campo de força F → ao mover um objeto de P a Q . F → x , y = e - y i → - x e - y j → ;P 0 , 1 ,Q ( 2,0 )
Encontre a integral de linha de f ( x , y ) = y / x ao longo da curva r ( t ) = t 3 i + t 3 j , 1 / 2 ≤ t ≤ 1 .