Enunciado

O medidor de calor radiante mostrado na figura é feito com uma folha metálica de constantan, pintada de preto e com o formato de um disco circular com raio R e espessura t. O medidor é posicionado em um envoltório onde há vácuo. O fluxo de radiação incidente absorvido pela folha, q i ' , difunde-se em direção à circunferência externa e ao grande anel de cobre, que atua como um sumidouro de calor a uma temperatura constante T(R). Dois fios de cobre estão fixados ao centro da folha e ao anel, fechando um circuito de termopar que permite a mediação da diferença de temperaturas entre o centro da folha e a sua extremidade, ΔT = T(0) – T(R).

Obtenha a equação diferencial que determina T(r), a distribuição de temperaturas na folha, em condições de regime estacionário. Resolva essa equação para obter uma expressão que relacione ΔT com q i ' . Você pode desprezar a troca de calor por radiação entre a folha e a sua vizinhança.

Passo 1

Tá legal! Vamos começar esse exercício aplicando o princípio da conservação de energia para um anel circular que vai de r até r + d r , dessa forma, o calor que entra em r mais a parcela que entra por q i ' ' será igual ao calor que sai em r + d r , então, podemos escrever:

q r + q i ' ' 2 π r d r = q r + d r

No entanto, podemos escrever o calor em r pelo princípio de Fourier, já que temos condução, então, teremos:

q r = - k 2 π r t . d T d r

Podemos escrever agora a parcela de calor em r + d r como sendo o calor em r mais a variação nesse trecho, então, teremos:

q r + d r = q r + d q r d r d r

Então, substituindo as expressões encontradas na equação para o equilíbrio de energia, temos:

q r + q i ' ' 2 π r d r = q r + d r → q r + q i ' ' 2 π r d r = q r + d q r d r d r

q i ' ' 2 π r d r = d d r - k 2 π r t . d T d r d r

Simplificando essa expressão, conseguimos chegar em:

q i ' ' 2 π r d r = - 2 k π t . d d r r . d T d r d r → d d r r . d T d r = - q i ' ' k t r

Passo 2

Agora nós vamos integrar a expressão obtida no passo 1 em r , dessa forma, temos:

r . d T d r = - q i ' ' r 2 2 k t + C 1 → d T d r = - q i ' ' r 2 k t + C 1 r

Integrando novamente em r , chegamos em:

T r = - q i ' ' r 2 4 k t + C 1 ln ⁡ r + C 2

Agora precisamos encontrar o valor das constantes C 1 e C 2 . Para isso, vamos utilizar duas condições de contorno. A primeira delas é que não há gradiente de temperatura em r = 0 , então, temos:

r = 0 → d T d r = 0

Substituindo esses valores na expressão encontrada, temos:

d T d r = - q i ' ' r 2 k t + C 1 r → 0 = - q i ' ' 0 2 k t + C 1 0 → C 1 = 0

A outra condição de contorno será a de que, em r = R , nós temos T = T ( R ) , então, substituindo esses valores na expressão para o perfil de temperatura, temos:

T r = - q i ' ' r 2 4 k t + C 1 ln ⁡ r + C 2 → T R = - q i ' ' R 2 4 k t + 0 + C 2

C 2 = q i ' ' R 2 4 k t + T ( R )

Então, o perfil de temperatura será:

T r = - q i ' ' r 2 4 k t + q i ' ' R 2 4 k t + T ( R )

Passo 3

Agora vamos calcular a temperatura em r = 0 na equação encontrada no passo 2, para escrever q i ' ' em função dos parâmetros dados no enunciado, então, teremos:

T 0 = - q i ' ' 0 2 4 k t + q i ' ' R 2 4 k t + T R → T 0 - T R = q i ' ' R 2 4 k t

Sabendo que temos:

Δ T = T 0 - T ( R )

A equação acima se torna:

Δ T = q i ' ' R 2 4 k t → q i ' ' = 4 Δ T k t R 2

Resposta

q i ' ' = 4 Δ T k t R 2

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