Enunciado
FenTrans, MecFlu, TransCal e TransMassa - Çengel - Mecânica dos Fluidos- Ed: 1º - Capítulo 9.Problemas - Ex. 89
Repita o Problema para o caso mais geral. Isto é, o cilindro interno girando a uma velocidade angular e o cilindro externo girando a uma velocidade angular . Tudo o mais permanece o mesmo que o Problema . Gere uma expressão exata para a componente da velocidade, como uma função do raio e dos outros parâmetros do Problema. Verifique se quando o seu resultado se simplifica para o do Problema .
Passo 1
Vamos começar retomando a condição proposta no Problema :
Temos um líquido com propriedades constantes (), confinado no espaço entre dois cilindros. O cilindro interno gira com velocidade angular , enquanto o cilindro externo encontrava-se parado.
Para este problema vamos considerar uma condição mais geral, em que o cilindro externo gira com velocidade angular . Tudo bem?
Ao final, devemos chegar em um perfil de velocidade que sirva para quaisquer velocidades angulares e , inclusive para o caso do Problema em que . Vamos lá?
Passo 2
Como primeiro passo, vamos desenhar nosso eixo de coordenadas:
Nosso próximo passo para obter o perfil será aplicar a equação da continuidade para coordenadas cilíndricas:
Assumindo que estamos em regime estacionário e que as componentes de velocidade nas direções e são nulas:
Então, nossa equação se reduz à:
Ou seja, pela equação da continuidade concluímos que a velocidade não depende da componente . O que é equivalente a dizer:
Tudo bem até aqui?
Nosso próximo passo será aplicar a equação de Navier-Stokes. Vamos lá?
Passo 3
Como o fluido está “escoando” apenas na direção , vamos aplicar a equação de Navier-Stokes para esta componente:
Vamos analisar os termos do lado esquerdo da equação. Consideramos que o sistema está em regime estacionário, além de que e . Também vimos pela equação da continuidade que . Então, o lado esquerdo da equação fica:
Vamos olhar agora os termos do lado direito. O fluido está escoando apenas devido à movimentação dos cilindros, sem a ação de gradiente de pressão ou da força gravitacional. Então:
Como só temos velocidade na direção :
Além disso, pela equação da continuidade vimos que , portanto
E a equação de Navier-Stokes é reduzida à:
Passo 4
Como a derivada em relação à zero, podemos dizer que
Em que é uma constante. Continuando:
Integrando os dois lados da equação:
Para encontrar as constantes, vamos agora aplicar as condições de contorno. As condições de contorno são as seguintes:
Então, substituindo no perfil:
E
Substituindo as constantes no perfil teremos:
Passo 5
Por fim, vamos ver se chegamos no mesmo resultado do Problema , em que .
Se aplicarmos no perfil de velocidades ficamos com:
Se fizermos :
O perfil atendeu à primeira condição de contorno (). Vamos agora verificar se :
Mostramos então, que o nosso perfil geral é equivalente ao obtido no Problema .
Resposta
O perfil de velocidades para o caso geral é: