Enunciado

Duas barras cilíndricas maciças são soldadas no ponto B como indicado. Determine a tensão normal no ponto médio de cada barra.

Passo 1

Primeiro devemos observar que as duas barras mencionadas são as barras CB (grossa e escura) e a barra BA (fina e clara).

O problema pediu para calcular a tensão normal σ , que é dada por

σ = P A

Onde P é a força interna que atua na barra e A a área da seção transversal.

Obs: Galera, o livro do Beer utiliza a letra P na fórmula como a força interna que atua na barra. Além disso, em alguns problemas o livro também utiliza a letra P como uma força externa qualquer (que não é necessariamente a força que atua no interior da barra, embora nesse problema seja; acredito que o autor tenha feito isso para facilitar a compreensão, mas é importante perceber que as duas são distintas). De qualquer forma irei me ater à nomenclatura do autor.

Então veja que as informações importantes para a resolução do problema são:

  • As forças;
  • Os diâmetros (para calcular a área).

O comprimento das barras é inútil para esse exercício ;)

Passo 2

Já existem três forças, duas de 130 k N para cima e uma de 180 k N para baixo. Como 130 × 2 é maior do que 180 então existe uma força externa F , que equilibra o sistema e ainda desconhecemos. Então vamos achar essa força.

O único lugar que essa força pode atuar de modo a ser uma força externa, e assim equilibrar o sistema, é no ponto C . Logo, vamos aplicar essa força F no ponto C :

Repare que aqui a força F foi colocada de cima para baixo por uma questão de conveniência, porque a gente sabe que para equilibrar a barra a força deve ser apontada para baixo. Mas o sentido dessa força não importa, é pura convenção!! Caso o sentido esteja certo acharemos um valor positivo, caso esteja errado acharemos um valor negativo o que significa que o sentido deve ser trocado.

Como só temos forças na vertical vamos ter que o somatório das forças em y é igual a zero:

∑ F y = 0

Vamos considerar o sentido positivo para cima, logo teremos:

130 + 130 - 180 - F = 0

F = 260 - 180

F = 80   k N

Passo 3

Afim de calcular a tensão normal vamos, então, calcular a área e a força atuante. Vamos fazer isso primeiro para a barra BC.

A área é mais fácil de ser calculada e vem diretamente do diâmetro fornecido que é de 75 mm. Podemos calcular a área de dois jeitos, o primeiro:

A B C = π ⋅ D 2 4

E o segundo:

A B C = π ⋅ r 2

Isso porque o diâmetro é o dobro do raio

r ² = D 2 2 = D 2 4

Como o problema nos forneceu o diâmetro então vamos utilizar o primeiro jeito mesmo:

D = 75 m m = 75 ⋅ 10 - 3 m

A B C = π ⋅ ( 75 ⋅ 10 - 3 ) 2 4 m ²

A B C = π ⋅ 5625 ⋅ 10 - 6 4 m ²

A B C = π ⋅ 1406,25 ⋅ 10 - 6 m ²

A B C = 4417,86 . ⋅ 10 - 6 m ²

Ou

A B C = 4417,86   m m ²

Passo 4

Agora vamos aplicar a equação da tensão normal:

σ = P A

Mas temos várias forças então quem é essa força P ?

A força P é a força que atua dentro da barra, então a gente tem que fazer um corte na barra BC e ver que força é essa.

Olha o corte que bonitinho!

Mas essa força F não atua “dentro” da barra, então vamos ter algo mais ou menos assim:

Agora sim! A força que a gente realmente quer é a P que atua bem no corte! E não precisa de muito para ver que P = F (em módulo pelo menos né), além disso fica bem nítido que a barra está sob efeito de compressão (olha como P e F “amassam” a barra).

Daí temos que P = F = 80 k N

Passo 5

Então agora sim é só colocar na fórmula

σ = P A B C

Aqui vai um truque que eu uso, mas podem ficar à vontade para resolver da forma que preferirem. Eu gosto de utilizar a força em Newton e a área em milímetro quadrado porque aí a tensão já dá direito em M P a . Olha só!

1 N 1 m m ² = 1 N ( 10 - 3 m ) ² = 1 N 10 - 6 m ² = 10 6 N m 2 = 10 6 P a = 1 M P a

σ = 80.000   N 4417,86   m m ²

σ = 18,1   M P a

Passo 6

Agora iremos fazer os mesmo procedimentos para a barra AB. Primeiro vamos calcular a força P atutante dentro da barra AB. Para isso, vamos observar o desenho novamente:

Nós já sabemos que a força F vale 80 k N , mas, para resolver a barra AB, nem precisamos de F na verdade, porque a força interna em AB é a própria força de 180 k N .

Mas como assim?

Só olhar como fica o corte da seção AB:

Para manter o equilíbrio temos que ter uma força interna igual a 180 k N para contrabalancear.

Passo 7

Vamos calcular a área da barra AB:

A A B = π ⋅ D 2 4

A A B = π ⋅ 50 2 4

A A B = π ⋅ 2500 4

A A B = 7853,98 4

A A B = 1963,50   m m ²

Passo 8

Substituir na equação da tensão normal:

σ = P A A B

σ = 180000 N 1963,50 m m ²

σ = 91,67   M P a

Resposta

Barra BC:

σ B C = 18,1   M P a

Barra AB:

σ A B = 91,67   M P a

Ver Outros Exercícios desse livro

Exercícios de Livros Relacionados

Resolva o Problema 2.103 supondo que a tensão de escoamento do aço doce seja de 250 MPa.
A barra AB é feita de um aço doce considerado elastoplástico com E = 200G P ae σ E = 248M P a . Depois de a barra ter sido lixada a uma alavanca rígida CD, descobriu-se que a extremidade C está 9,53 m
A barra retangular AB, com lado de 30 mm, tem comprimento L = 2,2m e é feita de um aço doce considerado elastoplástico com E = 200G P aeσ E = 345M P a . Uma força P é aplicada à barra até que a extrem
Cada cabo tem uma área de seção transversal igual 100 mm² e é feito de um material elastoplástico para o qual σ E = 345M P aeE = 200G P a . Uma força Q é aplicada na barra rígida ABC através do ponto
Resolva o Problema 2.109 supondo que os cabos foram substituídos por barras com a mesma área de seção transversal e o mesmo material. Supondo ainda que as barras foram fixadas de modo que possam supor