Enunciado

Uma barra uniforme de comprimento b e massa m está suspensa por suas extremidades por dois arames, cada um com comprimento b , a partir dos pontos A e B situados em um mesmo plano horizontal e separados por uma distância b . Um momento M é aplicado à barra, fazendo com que ela gire em torno de um eixo vertical até a posição de equilíbrio mostrada. Deduza uma expressão para a altura h até a qual a barra sobe a partir de sua posição original de equiíbrio, na qual ela está pendurada livremente sem nenhum momento aplicado. Qual valor de M é necessário para erguer a barra ao valor máximo, b ?

Passo 1

Imagine que você está de frente para a barra, com seu nariz apontando no sentido do comprimento dela. Nesse cao você enxerga o sistema como se fosse um pêndulo, e então a altura que a barra sobe (para ângulos pequenos) é a seguinte:

h = b - b cos ⁡ β = b 1 - cos ⁡ β

Ou seja, h é uma função do ângulo beta, e é ele quem precisamos achar para resolver a questão.

Passo 2

Vamos definir alguns eixos e ângulos no desenho. Para simplificar vamos desenhar só as forças em uma das “metades” da barra, mas a mesma situação acontece do outro lado:

Vamos supor que o eixo z seja esse eixo vertical que contém a força P . Vamos analisar o equilíbrio das forças na direção dele (lembre-se de que existe outra força T igual a essa do outro lado):

∑ F z = 0

∑ F z = 2 T cos ⁡ β - m g

2 T cos ⁡ β - m g = 0

E vamos calcular também o momento em relação ao eixo z (nesse caso o peso tem momento nulo, e a componente em z da força T também). Não esqueça de considerar o momento M que é dado no enunciado (e que está no sentido horário):

∑ M z = 0

O problema é que a componente de T que é perpendicular ao eixo z não é dada simplesmente por por T sen ⁡ β :

É preciso adicionar uma pequena correção pelo ângulo α / 2 para encontrar a componente perpendicular à linha, então:

∑ M z = 2 T sen ⁡ β cos ⁡ α 2 b 2 - M = 0

E o 2 aparece no início da expressão porque esse mesmo momento é fornecido na outra extremidade da barra.

Então até agora temos o seguinte sistema:

2 T sen ⁡ β cos ⁡ α 2 b 2 - M = 0 2 T cos ⁡ β - m g = 0

Passo 3

Precisamos saber mais sobre o ângulo α , mais especificamente sobre o ângulo α 2 . Olhe mais uma vez para o desenho que fizemos no passo 2 :

C D - = b 2 sen ⁡ α

Da mesma forma, podemos escrever a metade de C D - se pegarmos a metade do ângulo α apeas:

C D - 2 = b 2 sen ⁡ α 2

C D - = b sen ⁡ α 2

Isso ainda não resolve nosso problema. Existe alguma outra expressão conhecida para C D ? Sim, podemos escrever C D - em função do ângulo β (veja o primeiro desenho do passo 2 ):

C D - = b sen ⁡ β

E então:

b sen ⁡ β = b sen ⁡ α 2

β = α 2

Passo 4

Vamos aproveitar essa inforação no nosso sistema:

2 T sen ⁡ β cos ⁡ β b 2 - M = 0 2 T cos ⁡ β - m g = 0

E agora se dividirmos a primeira equação pela segunda:

b sen ⁡ β 2 = M m g

E isolando sen ⁡ β :

sen ⁡ β   = 2 M b m g

E finalmente podemos voltar à fórmula do passo 1 :

h = b 1 - cos ⁡ β

Como escrever cos ⁡ β quando só temos sen ⁡ β ?

sen 2 ⁡ β + cos 2 ⁡ β = 1         ⇒   cos ⁡ β = 1 - sen 2 ⁡ β

cos ⁡ β = 1 - 2 M b m g 2

E substituindo isso na fórmula:

h = b 1 - 1 - 2 M b m g 2

Passo 5

E por último queremos considerar o caso em que a barra é erguida até o máximo, ou seja h = b . Vamos substituir isso na fórmula:

b = b 1 - 1 - 2 M b m g 2

1 = 1 - 1 - 2 M b m g 2

1 - 2 M b m g 2 = 0

E a única solução para essa equação é:

1 - 2 M b m g 2 = 0

2 M b m g = 1

M = b m g 2

Resposta

A expressão é h = b 1 - 1 - 2 M b m g 2   e o momento necessário para erguer a barra ao valor máximo é M = b m g 2 .

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