Enunciado

Determine a área da superfície.

A parte da esfera x 2 + y 2 + z 2 = b 2 que está dentro do cilindro x 2 + y 2 = a 2 , onde 0 < a < b .

Passo 1

Faala, galera!

Nessa questão temos que calcular a área de uma superfície.

Pra isso, vamos usar a fórmula:

A S = ∬ D 1 + f x 2 + f y 2 d A

Onde S é a superfície definida por

z = f x , y

E D é o domínio dessa superfície no plano x y .

Vamos começar definindo quem é f e D . Depois, calculamos as derivadas parciais de f , e os limites de integração de D .

Então, nosso problema vira uma integral dupla.

Antes de começar, vamos fazer uma simplificação. Como uma esfera é uma superfície simétrica, vamos considerar S só a parte para z > 0 , e fazer:

A = 2 ∙ A S

Passo 2

Bom, a esfera é definida por:

x 2 + y 2 + z 2 = b 2

Isolando z :

z 2 = b 2 - x 2 - y 2

z = ± b 2 - x 2 - y 2

Como estamos em z > 0 :

z = b 2 - x 2 - y 2

E essa é a nossa função f :

f x , y = b 2 - x 2 - y 2

Já o domínio dessa parte da esfera é limitado por:

x 2 + y 2 = a 2

Então nosso domínio é:

D : x 2 + y 2 ≤ a 2

Passo 3

Agora vamos calcular as derivadas parciais de f .

Primeiro derivando em função de x , com y constante, usamos a regra da cadeia:

f x = ∂ ∂ x b 2 - x 2 - y 2 = ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∙ ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∂ x =

= - 1 2 b 2 - x 2 - y 2 ∙ 2 x = - x b 2 - x 2 - y 2

E derivando em função de y , fazemos a mesma coisa:

f y = ∂ ∂ y b 2 - x 2 - y 2 = ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∙ ∂ b 2 - x 2 - y 2 ∂ y =

= - 1 2 b 2 - x 2 - y 2 ∙ 2 y = - y b 2 - x 2 - y 2

Passo 4

O nosso domínio é limitado pelo cilindro:

x 2 + y 2 = a 2

Ou seja, temos que

x 2 + y 2 ≤ a 2

Podemos fazer uma mudança de variáveis para variáveis polares:

x = r cos ⁡ θ

y = r sen ⁡ θ

Sem esquecer do jacobiano:

J = r

Como nessas coordenadas temos:

x 2 + y 2 = r 2

O limite do domínio é dado por:

r 2 ≤ a 2

r ≤ a

Como sabemos que tanto a quando r são positivos:

0 ≤ r ≤ a

E

0 ≤ θ ≤ 2 π

Passo 5

Vamos reescrever a integral:

A S = ∬ D 1 + f x 2 + f y 2 d A

= ∬ D 1 + - x b 2 - x 2 - y 2 2 + - y b 2 - x 2 - y 2 2 d A

Resolvendo o quadrado:

= ∬ D 1 + x 2 b 2 - x 2 - y 2 + y 2 b 2 - x 2 - y 2 d A

= ∬ D 1 + x 2 + y 2 b 2 - x 2 - y 2 d A

Agora vamos aplicar a mudança de variáveis, com x 2 + y 2 = r 2 :

= ∫ 0 2 π ∫ 0 a 1 + r 2 b 2 - r 2 ⏟ i n t e g r a n d o o r i g i n a l ∙ r ⏟ J d r d θ

Vamos juntas esses dois termos dentro da raiz:

= ∫ 0 2 π ∫ 0 a b 2 - r 2 + r 2 b 2 - r 2 ∙ r d r d θ

= ∫ 0 2 π ∫ 0 a b 2 b 2 - r 2 ∙ r d r d θ

Como b > 0 :

= ∫ 0 2 π ∫ 0 a b b 2 - r 2 ∙ r d r d θ

Passo 6

Agora só falta calcularmos essa integral!

Vamos separar em duas integrais:

∫ 0 2 π d θ ∙ ∫ 0 a b b 2 - r 2 ∙ r d r

A primeira é fácil de resolver:

= 2 π - 0 ∙ ∫ 0 a b b 2 - r 2 ∙ r d r

= 2 π ∫ 0 a b b 2 - r 2 ∙ r d r

Passo 7

Pra segunda, vamos fazer uma substituição u = b 2 - r 2 :

d u = - 2 r d r ⇒ r d r = - 1 2 d u

u ( 0 ) = b 2

u a = b 2 - a 2

Então:

= 2 π ∫ b 2 b 2 - a 2 b u ∙ - 1 2 d u

Podemos tirar o 1 2 e o b da integral, por serem constantes, e o “ - ” faz os limites de integração se inverterem:

= 2 π b 2 ∫ b 2 - a 2 b 2 1 u d u

= π b ∫ b 2 - a 2 b 2 u - 1 2 d u

Integrando:

= π b ∙ u 1 2 1 2 b 2 - a 2 b 2 =

= π b ∙ 2 u b 2 - a 2 b 2 =

Substituindo os limites de integração:

= π b ∙ 2 b 2 - 2 b 2 - a 2

Como b > 0 ,

A S = 2 π b b - b 2 - a 2

Então

A = 2 ∙ A S = 4 π b b - b 2 - a 2

Resposta

4 π b b - b 2 - a 2

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