Enunciado

Um dipolo elétrico consiste em duas cargas elétricas de módulos iguais e sinais opostos. Se as cargas forem q e - q e estiverem localizadas a uma distância d , então o campo elétrico E no ponto P na figura é

E = q D 2 - q D + d 2

Expandindo essa expressão para E como uma série de potências de d D , mostre que E é aproximadamente proporcional a 1 D 3 quando P está muito distante do dipolo.

Passo 1

Olá, tudo bem?

A questão nos pede para mostrar que a expressão

E = q D 2 - q D + d 2

Pode ser escrita como

E ≈ 1 D 3 K

onde K é uma constante de proporcionalidade, usando uma série de potências que tem a cara

x - a n

e que tenha

d D

como um dos termos dentro da série de potências, quando o ponto P estiver muito longe.

E o ponto P estará muito longe do dipolo quando D for muito grande.

Poderíamos utilizar série de Taylor? Claro, mas calcular ela envolve derivadas que são trabalhosas.

Então qual seria o melhor caminho?

Escolher a série binomial!

1 + x k = ∑ k = 0 n k = 1 + k x + k k - 1 2 ! x 2 + k k - 1 k - 2 3 ! x 3 + …

Pois, ela não vai envolver derivadas e é mais direta quando temos a potência de uma soma ou subtração. Que é o que temos nesse termo aqui:

1 D + d 2

Viu como é parecido?

Assim, precisamos escrever essa expressão de E para termos algo do tipo.

Passo 2

Ok, vamos começar a manipular nossa expressão para aparecer um termo do tipo

d D

Para isso, vamos colocar o D em evidência na parte de baixo.

E = q D 2 - q D + d 2 = q D 2 - q D 1 + d D 2

q D 2 - q D 1 + d D 2 = q D 2 - q D 2 1 + d D 2

Porque aí com essa jogada que fizemos, a gente consegue colocar o

q D 2

em evidência:

q D 2 - q D 2 1 + d D 2 = q D 2 1 - 1 1 + d D 2

q D 2 1 - 1 1 + d D 2 = q D 2 1 - 1 + d D - 2

E aiiii, com isso, não sei se você tá vendo a mesma coisa que eu, mas isso aí em cima tem algo bastante promissor pro que a gente quer, que é escrever uma série binomial.

Isso porque temos

1 + d D - 2

Que quer dizer isso aqui

1 + x k

Onde

x = d D

k = - 2

Beleza?

Passo 3

Podemos então usar a série binomial para expandir essa parte da expressão de E . Assim, utilizando a fórmula:

1 + x k = 1 + k x + k k - 1 2 ! x 2 + k k - 1 k - 2 3 ! x 3 + …

Temos

1 + d D - 2 = 1 - 2 d D + - 2 . - 2 - 1 2 ! d D 2 + - 2 . - 2 - 1 . - 2 - 2 3 ! d D 3 + …

1 + d D - 2 = 1 - 2 d D + 2.3 2 ! d D 2 - 2.3 . 4 3 ! d D 3 + …

Substituindo isso na expressão de E que achamos ali no passo 2:

E = q D 2 1 - 1 + d D - 2

E = q D 2 1 - 1 - 2 d D + 2.3 2 ! d D 2 - 2.3 . 4 3 ! d D 3 + …

Abrindo os fatoriais:

E = q D 2 1 - 1 - 2 d D + 2.3 2.1 d D 2 - 2.3 . 4 3.2 . 1 d D 3 + …

Simplificando:

E = q D 2 1 - 1 - 2 d D + 3 d D 2 - 4 d D 3 + …

Aplicando o sinal negativo e cancelando os 1’s:

E = q D 2 1 - 1 + 2 d D - 3 d D 2 + 4 d D 3 - …

Cancelando os 1’s:

E = q D 2 2 d D - 3 d D 2 + 4 d D 3 - …

Passo 4

Para o ponto P estar muito distante do dipolo, temos que fazer D ficar muito grande, então os termos

1 D e x p o n e n t e s

ficam muito pequenos, e como D já está muito grande,

1 D

Já será um número muito pequeno, então

1 D 2

será basicamente 0 .

Logo, todo termo com exponencial diferente de 1 na série será considerado 0 . Parecido com limites quando esse D tende ao infinito e o termo tende a 0 .

Assim,

E ≈ q D 2 2 d D - 3   .   0 + 4   .   0 - …

E ≈ q D 2 2 d D

E ≈ 2 q d ∙ 1 D 3

Ou seja, E é proporcional a

1 D 3

Note que a equação ficou

E ≈ K D 3

Onde

K = 2 q d

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Resposta

A resposta é a demonstração que foi feita nos passos anteriores.

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