Enunciado

Calcule a integral tripla usando apenas interpretação geométrica e simétrica.

∭ B z 2 + s e n   y + 3 d V , onde B é a bola unitária x 2 + y 2 + z 2 ≤ 1

Passo 1

Faala, pessoal!

Nessa questão, precisamos calcular uma integral usando interpretação geométrica e simetria.

Antes de mais nada, vale comentar que existe uma possibilidade de ter um erro nesse enunciado, e a integral certa ser:

∭ B z 3 + s e n   y + 3 d V

Isso porque com z 2 nós não conseguimos resolver essa integral só com simetria e geometria, teremos que inevitavelmente calcular a integral...

De qualquer forma, vamos ver as duas possibilidades: com z 2 ou z 3 , como ficaria a resposta em cada caso.

Bom, seguindo:

Na parte de interpretação geométrica, vamos usar do fato de que

V B = ∭ B d V

E no caso de B ser uma esfera:

V B = 4 3 π r 3

Com relação a simetria, vamos lembrar das características de paridade de funções:

  • Funções ímpares, f - x = - f x , têm a propriedade que:
  • ∫ - a a f x d x = 0

  • Funções pares, f ( - x ) = f ( x ) , têm a propriedade que
  • ∫ - a a f x = 2 ∫ 0 a f x

    Percebe que podemos usar essas propriedades de paridade de funções quando temos regiões simétricas (por isso falamos de simetria).

    Para essa questão, vamos precisar primeiro separar a integral em três:

    ∭ B z 2 + s e n   y + 3 d V = ∭ B z 2 d V + ∭ B sen ⁡ y d V + ∭ B 3 d V

    Porque assim conseguimos analisar a geometria e simetria de cada uma dessas integrais.

    Passo 2

    Começando com a integral

    ∭ B z 2 d V

  • Caso o enunciado esteja, errado, essa integral seria:
  • ∭ B z 3 d V

    E f z = z 3 é uma função ímpar!

    f - z = - z 3 = - z 3 = - f z

    Ou seja, como a nossa região de integração é simétrica:

    ∭ B z 3 d V = 0

  • Caso o enunciado esteja realmente certo, teremos:

∭ B z 2 d V

E mesmo f z = z 2 sendo uma função par:

f - z = - z 2 = z 2 = f z

Isso não nos dispensa de calcular a integral, no máximo faz com que a gente possa calcular só em metade da esfera e multiplicar por 2 (o que não facilita as contas).

Inclusive, para resolver essa integral, precisamos usar coordenadas esféricas:

x = ρ sen ⁡ ϕ cos ⁡ θ y = ρ sen ⁡ ϕ sen ⁡ θ z = ρ co s ⁡ ϕ

Com

0 ≤ ρ ≤ 1

0 ≤ ϕ ≤ π

0 ≤ θ ≤ 2 π

Com jacobiano:

J = ρ 2 sen ⁡ ϕ

Então:

∭ B z 2 d V = ∫ 0 π ∫ 0 2 π ∫ 0 1 ρ 2 cos 2 ⁡ ϕ ρ 2   s e n   ϕ   d ρ d θ d ϕ

Integrando em função de ρ :

= ∫ 0 π ∫ 0 2 π cos 2 ⁡ ϕ sen ⁡ ϕ ρ 5 5 0 1 d θ d ϕ =

= ∫ 0 π ∫ 0 2 π cos 2 ⁡ ϕ sen ⁡ ϕ 1 5 d θ d ϕ =

Integrando em função de θ :

= ∫ 0 π 1 5 cos 2 ⁡ ϕ sen ⁡ ϕ θ 0 2 π d ϕ =

= ∫ 0 π 1 5 cos 2 ⁡ ϕ sen ⁡ ϕ 2 π d ϕ =

Integrando em função de ϕ :

= 2 π 5 ∫ 0 π cos 2 ⁡ ϕ sen ⁡ ϕ d ϕ =

= 2 π 5 ∫ 0 π cos 2 ⁡ ϕ - 1 d cos ⁡ ϕ =

Então:

= 2 π 5 cos 3 ⁡ ϕ 3 π 0 =

= 2 π 5 1 3 - - 1 3   = 4 π 15

Ou seja:

∭ B z 2 d V = 4 π 5

∭ B z 3 d V = 0

Passo 2

Agora olhando pra próxima integral:

∭ B sen ⁡ y d V

A função f y = sen ⁡ y é uma função ímpar!

f - y = sen ⁡ - y =

= sen ⁡ 0 - y = sen ⁡ 0 cos ⁡ y - sen ⁡ y cos ⁡ 0 =

= - sen ⁡ y = - f y

Então, como B é uma região simétrica em relação a y :

∭ B sen ⁡ y d V = 0

Passo 3

Por último, a integral:

∭ B 3 d V

Como 3 é uma constante, pode sair da integral:

∭ B 3 d V = 3 ∭ B d V

Já que

∭ B d V = V B

Temos:

∭ B 3 d V = 3 ∙ V B

A região B é uma esfera de raio 1 , então:

V B = 4 3 π r 3 = 4 3 π

E a integral fica:

∭ B 3 d V = 3 ∙ 4 3 π = 4 π

Então, nossa integral total fica:

∭ B z 2 + s e n   y + 3 d V = 4 π 5 + 0 + 4 π

= 4 π 5 + 20 π 5 = 24 π 5

Essa é a resposta oficial!

Para o caso de a questão realmente estar erra, a resposta ficaria:

∭ B z 3 + s e n   y + 3 d V = 0 + 0 + 4 π = 4 π

Resposta

∭ B z 2 + s e n   y + 3 d V = 2 4 π 5

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