Enunciado

Determine os valores extremos de f sujeita a ambas as restrições.

f x , y , z = x 2 + y 2 + z 2 ;                           x - y = 1 ,             y 2 - z 2 = 1

Passo 1

Para encontrar os valores máximos e mínimos dessa função com a restrição apresentada é necessário utilizar o método dos multiplicadores de Lagrange.

Esse método consiste em encontrar pontos que pertençam a ambas as curvas de nível ao mesmo tempo, e para isso, é necessário calcular os gradientes: vetores que indicam as direção e sentido de maior variação das funções. Ele é definido como

∇ f x , y , z = ∂ f x , y , z ∂ x , ∂ f x , y , z ∂ y , ∂ f x , y , z ∂ z

Como os pontos de máximo e mínimo que estamos procurando pertence a mais de uma curva de nível, precisamos lembrar que o vetor gradiente é sempre perpendicular a essas curvas, de modo que

∇ f x , y , z = λ ∇ g x , y , z + μ h ( x , y , z )

Para resolver a questão devemos primeiro encontrar as funções g ( x , y ) e h ( x , y ) das restrições para então calcular os vetores gradientes dessas funções e resolver um sistema de equações para encontrar os pontos críticos ( x o , y o , y o ) .

Com os pontos críticos iremos avaliar se estes são pontos de máximo ou de mínimo.

Passo 2

A questão nos dá uma restrição representada por uma curva de nível

x - y = 1

Podemos expressar a função da restrição da seguinte forma

g x , y = 0 = x - y - 1

De forma análoga para a outra restrição

h x , y = 0 = y 2 - z 2 - 1

Passo 3

Agora que temos as duas funções, podemos calcular suas derivadas parciais para obter seus vetores gradiente

∂ f x , y , z ∂ x = f x = ∂ ∂ x x 2 + y 2 + z 2 = 2 x

∂ f x , y , z ∂ y = f y = ∂ ∂ y x 2 + y 2 + z 2 = 2 y

∂ f x , y , z ∂ z = f z = ∂ ∂ z x 2 + y 2 + z 2 = 2 z

Portanto, o vetor gradiente para f ( x , y , z ) é dado por

∇ f x , y , z = 2 x , 2 y , 2 z

Realizando o mesmo procedimento para a função g ( x , y , z )

∂ g x , y , z ∂ x = g x = ∂ ∂ x x - y - 1 = 1

∂ g x , y , z ∂ y = g y = ∂ ∂ y x - y - 1 = - 1

∂ g x , y , z ∂ z = g z = ∂ ∂ z x - y - 1 = 0

Portanto, o vetor gradiente para g ( x , y , z ) é dado por

∇ g x , y , z = 1 , - 1,0

Realizando o mesmo procedimento para a função h ( x , y , z )

∂ h x , y , z ∂ x = h x = ∂ ∂ x y 2 - z 2 - 1 = 0

∂ h x , y , z ∂ y = h y = ∂ ∂ y y 2 - z 2 - 1 = 2 y

∂ h x , y , z ∂ z = h z = ∂ ∂ z y 2 - z 2 - 1 = - 2 z

Portanto, o vetor gradiente para h ( x , y , z ) é dado por

∇ h x , y , z = 0 , 2 y , - 2 z

Passo 4

Como o ponto que queremos encontrar pertence à curva de nível de ambas as funções, então seus vetores gradiente serão paralelos, de modo que devemos resolver

∇ f x , y , z = λ ∇ g x , y , z + μ h ( x , y , z )

Reescrevendo a expressão com os resultados encontrados, temos uma equação de vetores

2 x , 2 y , 2 z = λ 1 , - 1,0 + μ 0,2 y , - 2 z

Igualando os componentes dos vetores podemos obter um sistema de equações

2 x = λ 2 y = - λ + 2 μ y 2 z = - 2 μ z

Como as variáveis estão sujeitas a restrições g ( x , y , z ) e h ( x , y , z ) , essas restrições também devem fazer parte de nosso sistema de equações

2 x = λ 2 y = - λ + 2 μ y 2 z = - 2 μ z x - y = 1 y 2 - z 2 = 1

Passo 5

Para resolver o sistema, podemos reorganizá-lo

2 x = λ 2 y μ - 1 = λ 2 z μ + 1 = 0 x - y = 1 y 2 - z 2 = 1

A partir do sistema, podemos obter da terceira equação que z = 0 .

Levando em conta as restrições do problema, z = 0 → y = ± 1 .

Pela outra restrição, y = 1 → x = 2 ou y = - 1 → x = 0 .

Temos pelas outras duas equações que x = λ / 2 e y = λ / ( 2 μ - 2 ) . Por conta disso, a partir da equação encontramos as soluções ( 1,2 , 0 ) e ( 0 , - 1,0 ) .

Porém, como as duas restrições apresentadas no problema encontram-se na curva de nível g x , y , z = h x , y , z = 1 , então f x , y , z = 1 , de modo que a primeira solução encontrada não é válida.

O ponto crítico da função associada a essas restrições é

( 0 , - 1,0 )

Passo 6

Encontrado o pontos críticos, o substituiremos na função f ( x , y , z ) para determinar se estes são pontos de máximo ou de mínimo

f 0 , - 1 , 0 = 1

Calculando as segundas derivadas da função, temos que

∂ 2 f x , y , z ∂ x 2 = ∂ 2 f x , y , z ∂ y 2 = ∂ 2 f x , y , z ∂ z 2 = 2

Ou seja, há uma curvatura positiva em relação em todas as derivadas segundas, de modo que o ponto crítico encontrado é um ponto de mínimo.

Resposta

f 0 ,   - 1 ,   0 = 1     →     m í n i m o

N ã o   o c o r r e   m á x i m o

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