Em cada um dos problemas de 1 a 14:

(a) Procure soluções em séries de potências da equação diferencial dada em torno do ponto dado ; encontre a relação de recorrência.

(b) Encontre os quatro primeiros termos em cada uma das duas soluções e (a menos que a série termine antes).

(c) Calculando o wronskiano , mostre que e formam um conjunto fundamental de soluções.

(d) Se possível, encontre o termo geral em cada solução.

3.

Vamos supor que seja a seguinte série de potencia

e vamos supor que a série converge em algum intervalo . Também podemos diferenciar a equação acima. Assim, pelo que vimos na revisão de série, obtemos:

Podemos escrever a série começando de zero, para isso, podemos substituir por e assim temos:

Diferenciando mais uma vez, temos:

Podemos escrever a série começando de zero, para isso, podemos substituir por e assim temos:

Agora, vamos substituir os resultados encontrados e na equação diferencial fornecida, assim temos:

Para combinar as três séries, precisamos colocar dentro do somatório, para isso podemos fazer da seguinte maneira:

O segundo somatório está com termo que depende de diferentes dos demais, assim vamos fazer para que o termo fique semelhante:

Podemos abrir o somatório da seguinte maneira:

Podemos dizer que:

Ou seja:

Substituindo na equação encontrada no final do passo 3, temos:

Só podemos juntar os somatórios se eles começarem do mesmo número. Assim, podemos unir os somatórios da seguinte forma:

Para que a equação acima seja satisfeita para todo , é preciso que o coeficiente de cada potência de seja nulo. Logo, podemos concluir que:

Escrevendo de uma maneira melhor, temos que a relação de recorrência se torna:

A equação acima é conhecida como uma relação de recorrência. Os coeficientes sucessivos podem ser calculados um a um escrevendo-se a relação de recorrência, primeiro para , depois para , e assim por diante. Fazendo isso, temos:

Para

Para

Para

Para

Para

Para

Agora, vamos substituir os coeficientes encontrados acima em . A série de potencia que foi sugerida como sendo solução da equação diferencial.

Temos então que a solução da equação diferencial sobre o ponto  é

Aqui  e são constantes arbitrárias.

(b) Temos que os primeiros quatros termos em cada uma das duas soluções são:

Para a solução , temos:

Para a solução , temos:

(c) Agora, vamos calcular o wronskiano , afim de mostrar que e formam um conjunto fundamental de soluções. Lembre-se de que o Wronskiano das duas funções e é,

Temos que:

E sua derivada se torna:

No ponto , as condições podem ser tomadas como:

Temos também que:

E sua derivada se torna:

No ponto , as condições podem ser tomadas como:

Substituindo as funções temos:

Então

Como o Wronskiano é diferente de zero, as soluções  e são linearmente independentes. Portanto,  e formam um conjunto fundamental de soluções.

(d) Queremos encontrar o termo geral em cada solução. Temos que as duas soluções da equação diferencial são:

Claramente, observa-se que os coeficientes nas duas soluções acima não formam nenhuma série. Portanto, o termo geral em cada solução não é possível.