Resolva o problema

E_D ∂t u = 3 ∂²u/∂x², 0 ≤ x ≤ 3, t ≥ 0;

CF ∂u/∂x(0, t) = 0, ∂u/∂x(3, t) = 0, t ≥ 0; CIu(x, 0) = f(x), 0 ≤ x ≤ 3

no caso seguinte:

b) f(x) = -13 * cos(πx) + 25 * cos(2πx)

Passo 1

Faaala gente bonita, tudo tranquilo?

Temos aqui um probleminha das nossas famosas EDP: equação diferencial parcial, mais especificamente, a equação do calor.

Como foi dado nas condições de fronteira que:

∂ x u 0 , t = ∂ x u 3 , t = 0 ,   t ≥ 0

trata-se de um problema em que as extremidades estão isoladas termicamente. Pois, a taxa de variação da temperatura em x nas extremidades da barra é nula.

Também foi dado a condição inicial:

u x , 0 = - 13 cos ⁡ π x + 25 cos ⁡ ( 2 π x )  

Massa! Sabendo de tudo isso, vamos usar o método de separação das variáveis pra resolver essa EDP, ou seja, usaremos que:

u x , t = f x g ( t )

Vamo nessa!

Passo 2

Pra resolver esse tipo de Equação, usamos o método da separação de variáveis. Daí, fazendo:

u x , t = f x g ( t )

E, substituindo na EDP, vem:

f x g ' t - 3 g t f ' ' x = 0

∴ f ' ' x f x = g ' t 3 g t

A única forma da razão dessas funções serem sempre iguais, independentemente do valor de x e de t , é se tivermos:

f ' ' x f x = g ' t 3 g t = λ

onde λ é uma constante.

Assim, reduzimos o nosso problema a duas EDO’s:

f ' ' x - λ f x = 0 f ' 0 = f ' 3 = 0

E:

g ' t - 3 λ g t = 0

Beleza!

Daí precisamos analisar os possíveis valores de λ :

- Se λ > 0 , então:

r = ± λ

f x = c 1 e - λ x + c 2 e λ x

Testando as condições iniciais:

f ' x = c 1 - λ ⋅ e - λ x + c 2 λ ⋅ e λ x

f ' 0 = - c 1 + c 2 λ = 0

Como não queremos a solução trivial:

c 2 - c 1 = 0

∴ c 2 = c 1

Logo:

f ' 3 = c 1 - λ ⋅ e - λ 3 + c 1 λ ⋅ e λ 3 = 0

Daí, temos:

c 1 = c 2 = 0

Ou seja, nos deu a solução trivial, que não estamos interessados...

- Se λ = 0 , então:

r = 0

∴ f x = c 1 + c 2 x

Colocando as condições iniciais:

f ' 0 = c 2 = 0

E:

f ' 3 = c 2 = 0

Daí, temos uma solução:

f x = c 1

Massa!

- Se λ < 0 , então:

f x = c 1 cos ⁡ - λ x + c 2 s e n - λ x

Como:

f ' x = - - λ ⋅ c 1 ⋅ sen ⁡ - λ x + - λ ⋅ c 2 c o s ⁡ ( - λ x )

Pela condição inicial:

f ' ( 0 ) = c 2 - λ = 0

∴ c 2 = 0

Logo:

f ' ( 3 ) = - λ c 1 s e n 3 - λ = 0

Como não queremos a solução trivial, devemos ter:

s e n 3 - λ = 0

∴ 3 - λ = n π

⇒ λ = - n 2 π 2 3 2

Daí, desconsiderando a constante c 1   ( c 1 = 1 ) , temos que as autofunções são:

f n x = c o s n π x 3 ,     n = 1,2 , 3 , …

Perfeito.

Passo 3

Substituindo agora o valor que encontramos para λ na EDO em g ( t ) , teremos que:

g ' t - 3 - n 2 π 2 9 g t = 0

Logo:

g t = e - 3 n 2 π 2 9 t

= e - n 2 π 2 3 t

Daí, juntando todas as soluções de f e g , e lembrando que:

u x , t = f x g t

Chegamos que:

u x , t = c 0 2 + ∑ n = 1 ∞ c n e - n 2 π 2 3 t ⋅ cos ⁡ n π x 3

Pra matar a questão precisamos apenas descobrir quanto vale c n , e é justamente aí que entra nossa condição inicial, C I , dada no problema.

u x , 0 = c 0 2 + ∑ n = 1 ∞ c n ⋅ cos ⁡ n π x 3 = - 13 cos ⁡ π x + 25 cos ⁡ ( 2 π x )

Ou seja gente, a nossa solução da EDP para t = 0 é justamente a extensão par e periódica de f ( x ) .

Assim, o coeficiente c n , para n = 0,1 , 2 , … são os coeficientes da série de Fourier de f ( x ) , que podem ser calculados como:

c n = 2 3 ⋅ ∫ 0 3 - 13 cos ⁡ π x + 25 cos ⁡ 2 π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x

Massa! Nossa missão então se resume a resolver essa integral!

Passo 4

Para resolver a integral que define c n , vamos separá-la em duas partes:

c n = - 2 ⋅ 13 3 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x + 2 ⋅ 25 3 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ 2 π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x

Então, precisamos resolver as duas integrais acima.

Pra resolvê-las tem uma transformação trigonométrica bem importante que vamos utilizar, bora revisar:

cos ⁡ p + cos ⁡ q = 2 ⋅ cos ⁡ p + q 2 ⋅ cos ⁡ p - q 2

Assim, temos que, na primeira integral:

cos ⁡ π x cos ⁡ n π x 3 = 1 2 cos ⁡ n + 3 π x 3 + cos ⁡ n - 3 π x 3

Substituindo na segunda integral, teremos:

∫ 0 3 cos ⁡ π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x = 1 2 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ n + 3 π x 3 d x + 1 2 ∫ 0 3 cos ⁡ n - 3 π x 3 d x

Se n ≠ 3 , temos como resultado das integrais:

= 1 2 ⋅ - 3 n + 3 π ⋅ s e n n + 3 π x 3 0 3 + 1 2 ⋅ - 3 n - 3 π ⋅ s e n n - 3 π x 3 0 3

- 3 2 n + 5 π ⋅ s e n ( n + 3 π ) - 3 2 n - 5 π ⋅ s e n ( n - 3 π )  

O problema é que, como n ∈ N , n ± 3 sempre será um número inteiro. Logo:

s e n n + 3 π = s e n n - 3 π = 0

Perfeito! Mas, se n = 3 , vamos ter:

∫ 0 3 cos ⁡ 3 - 3 π x 3 d x = ∫ 0 3 1 ⋅ d x

= 3

Portanto:

∫ 0 3 cos ⁡ π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x = 3 ,     n = 3 0 ,     n ≠ 3

Por fim, vamos analisar a última integral.

∫ 0 3 cos ⁡ 2 π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x

Usando a mesma transformação trigonométrica, vem que:

cos ⁡ 2 π x cos ⁡ n π x 3 = 1 2 cos ⁡ n + 6 π x 3 + cos ⁡ n - 6 π x 3

Substituindo na integral:

∫ 0 3 cos ⁡ 2 π x cos ⁡ n π x 3 d x = 1 2 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ n + 6 π x 3 d x + 1 2 ∫ 0 3 cos ⁡ n - 6 π x 3 d x

Resolvendo as integrais para n ≠ 6 , temos:

= 1 2 ⋅ - 3 n + 6 π ⋅ s e n n + 6 π x 3 0 3 + 1 2 ⋅ - 3 n - 6 π ⋅ s e n n - 6 π x 3 0 3

=   - 3 2 n + 6 π ⋅ s e n ( n + 6 π ) - 3 2 n - 6 π ⋅ s e n ( n - 6 π )  

Novamente, como n ± 6 ∈ Z , temos que o seno é nulo. Logo, para n ≠ 6 :

∫ 0 3 cos ⁡ 6 π 3 x cos ⁡ n π x 3 d x = 0

Para n = 6 , ficamos com:

∫ 0 3 cos ⁡ 6 π 3 x cos ⁡ n π x 3 d x = 1 2 ∫ 0 3 cos ⁡ 6 - 6 π x 3 d x

∫ 0 3 1 d x = 3

Portanto:

∫ 0 3 cos ⁡ 2 π x cos ⁡ n π x 3 d x = 3 ,     n = 6 0 ,     n ≠ 6

Excelente!

Passo 5

Vamos juntar esses resultados em c n :

c n = - 2 ⋅ 13 3 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x + 2 ⋅ 25 3 ⋅ ∫ 0 3 cos ⁡ 2 π x ⋅ cos ⁡ n π x 3 d x

Logo:

c n =   - 26 ,     n = 3 50 ,     n = 6 0 ,     n ≠ { 3,6 }

Logo, podemos escrever a função u ( x , t ) como:

u x , t = c 0 2 + ∑ n = 1 ∞ c n e - n 2 π 2 3 t ⋅ cos ⁡ n π x 3

∴ u ( x , t ) =   - 26 ⋅ e - 3 π 2 t cos ⁡ π x + 50 ⋅ e - 12 π 2 t c o s ⁡ ( 2 π x )  

E é isso galerinha! Espero que vocês tenham curtido a solução!

Até a próxima 😊

Resposta

u ( x , t ) =   - 26 ⋅ e - 3 π 2 t cos ⁡ π x + 50 ⋅ e - 12 π 2 t c o s ⁡ ( 2 π x )

Exercícios Resolvidos de Equação do Calor – Homogênea

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