Exercícios Resolvidos de Classificação de Pontos Críticos em Funções de 2 Variáveis
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Unicamp, Cálculo 2, 2019.2, P1, Questão 3.
Determine e classifique os pontos críticos da função
Passo 1
Então pessoal, vamos direto ao ponto: como a gente pode encontrar os pontos críticos de uma função de duas variáveis?
Tem duas possibilidades para um ponto ser crítico: ou as duas derivadas parciais são iguais a zero nesse ponto, ou pelo menos uma delas não existe!
Então tá, vamos tirar as derivadas parciais da nossa função .
Passo 2
Começando pela derivada parcial em relação a :
Quando a gente tira a derivada em relação a , tudo o que depende só de é tratado como constante, então:
E agora temos que usar a regra da cadeia pra resolver a derivada dessa exponencial:
Então:
Passo 3
E agora falta a derivada parcial em relação a :
Dessa vez a exponencial vai ser tratada como constante, porque só depende de :
E a derivada do cosseno é o negativo do seno, então:
Beleza, agora já temos as duas derivadas parciais:
Passo 4
O que a gente está procurando são os pontos em que essas duas derivadas se anulam! Então basicamente a ideia é resolver esse sistema aqui:
Podemos dividir as duas expressões por dos dois lados, porque essa função é sempre diferente de zero:
E agora o sistema fica bem mais fácil de resolver. Vamos começar pela equação de baixo.
Essa equação tem infinitas soluções: , , , , e assim por diante, então:
Agora vamos ver a equação de cima:
A primeira parte da solução inclui todos os pontos em que o cosseno se anula:
E a outra é a solução é a mais simples:
Passo 5
Beleza, mas para um ponto ser crítico, as duas expressões precisam ser satisfeitas ao mesmo tempo!
Então temos que procurar quais valores satisfazem as duas equações:
Então a única forma de satisfazer as duas ao mesmo tempo é:
Outra forma de escrever isso é dizer que o conjunto de pontos críticos é:
Onde é um número inteiro maior ou igual a zero (
Passo 6
Mas ainda falta classificar os pontos críticos, pra isso a gente precisa calcular essa matriz aqui:
Essa é a matriz Hessiana, que vai nos ajudar a classificar os pontos. Mas vamos completar a matriz antes de discutir isso melhor.
Uma propriedade importante das derivadas parciais de funções contínuas, é essa aqui:
Então a gente pode preencher as duas derivadas que faltam calculando uma vez só. Por exemplo:
Nesse caso, todos os termos são constantes, menos o cosseno. Então:
Agora é só substituir na matriz:
Passo 7
E agora vamos calcular as outras duas derivadas segundas:
Aqui a gente precisa usar a regra do produto. Mas antes vamos tirar a constante:
Agora sim:
E a derivada segunda em relação a é:
Beleza, vamos jogar tudo isso na matriz Hessiana:
Passo 8
Tá, mas porque a gente fez todo esse esforço pra encontrar essa matriz? Simples, ela vai nos ajudar a classificar os pontos críticos.
No nosso caso, os pontos críticos acontecem nesses casos aqui:
Substituindo isso na matriz:
Sempre que o argumento do seno é , ele vai se anular:
Ok, agora sim. Vamos tirar o determinante da matriz:
Como :
Passo 9
E o que esse resultado significa? Bom, vamos lembrar da regra pra classificar o ponto crítico a partir do Hessiano:
Lembrando que em todos esses casos estamos avaliando tanto o determinante quanto as derivadas no ponto crítico que queremos classificar.
Então beleza, nosso resultado foi , ou seja, nossos pontos críticos são pontos de sela.
Resposta
(a) Os pontos críticos são , com
(b) Os pontos críticos são pontos de sela, pois o determinante da matriz Hessiana é sempre menor que zero nesses pontos.